Criada para socorrer pessoas em quadros clínicos agudos, fazer o primeiro atendimento nos casos de natureza cirúrgica e de trauma, estabilizar pacientes e investigar diagnósticos iniciais, a Policlínica de Lafaiete tem sofrido os efeitos da crise em forma de sobrecarga. Mas o reflexo não está no aumento no número de pacientes para a urgência e emergência ambulatorial, como era de se esperar. Mas sim, na complexidade dos casos. Com planos de saúde cortados pelo desemprego, pacientes não só de Lafaiete, mas de toda a microrregião (conforme pactuação), permanecem por dias, até mesmo semanas, aguardando transferência para serviços hospitalares de retaguarda. A situação, que já é complicada em sua origem, torna-se ainda mais difícil pelo quadro econômico do estado. Para que esses pacientes deixem a Policlínica, eles precisam ter acesso a leitos hospitalares, que dependem da regulação da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais.
E isso gera um acúmulo de demanda, transformando a policlínica em um verdadeiro ‘hospital improvisado’. “A crise financeira nacional causou um enorme impacto na forma de assistência à saúde dos brasileiros, que têm buscado cada vez mais o atendimento no setor público. E essa crise também vem acometendo os hospitais credenciados ao SUS – situação que não é diferente em Lafaiete, ocasionando dificuldade de acesso às vagas em especialidades que são de responsabilidade da esfera estadual. Isso culmina com maior tempo de espera dos pacientes na Policlínica, aguardando transferência para a rede hospitalar”, informa a secretária municipal de Saúde, Rita de Kássia Silva Melo Santos. A regulação dos leitos é feita pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, por meio da Central de Regulação do SUSFácil/Barbacena.
A estrutura por trás desse trabalho é maior do que se imagina. Hoje, há 160 profissionais atuando na policlínica, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, motoristas, auxiliares administrativos e auxiliares de obras e serviços gerais. Desses, 34 são médicos, distribuídos em uma escala de plantão 24h por dia. Eles se dividem para atender a uma demanda grande e constante. A unidade recebe, em média, 6,1 mil pacientes por mês, o que equivale a 205 por dia. Os picos de atendimento acontecem às segundas e terças-feiras, das 10h às 15h: “Dentro das possibilidades, o município tem empreendido todos os recursos possíveis para garantir tais atendimentos. No entanto, existe uma grande parte dos serviços de saúde que são de responsabilidade dos governos estadual e federal, cujos recursos não têm sido repassados na sua totalidade. Isso causa morosidade na resolutividade dos procedimentos eletivos”, argumenta Rita de Kássia.
Investimentos em Saúde
Para minimizar esses impactos, a administração afirma estar agindo em várias frentes para manter o compromisso permanente de servir ao público, com qualidade e eficiência. “A atual gestão tem executado várias medidas para melhorar o atendimento e facilitar o acesso aos serviços de saúde. Para isso, tomou algumas medidas, como a abertura de seis novas unidades de PSF, mudança de unidades para novas instalações e locais mais centrais nos bairros, mudança do atendimento pediátrico de urgência para o Hospital São Vicente e, em breve, será feita a descentralização da assistência farmacêutica para os Centros Regionais de Saúde. Na Policlínica, para melhorar ainda mais os atendimentos, a administração municipal iniciou, recentemente, obras na infraestrutura que darão mais conforto e comodidade aos usuários e servidores, além de dar mais qualidade à assistência prestada no local”, conclui a secretária de Saúde.
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Postado por Redação, no dia 08/08/2019 - 13:45