Todos os anos, no Brasil, 330 mil crianças que nascem prematuras ou com baixo peso (menos de 2,5 kg) precisam receber doação de leite materno. Essa verdadeira ‘vacina natural’ reduz em 13% a mortalidade até os 5 anos, evita diarreia e infecções respiratórias, diminui o risco de alergias, diabetes, colesterol alto e hipertensão, leva a uma melhor nutrição e reduz a chance de obesidade. Qualquer quantidade de leite humano doado pode ajudar os bebês internados nas UTIs neonatais a terem uma melhor recuperação e uma vida mais saudável.
Dependendo do peso do recém-nascido, apenas 1 ml já é suficiente para nutri-lo a cada refeição. Mas o problema é que, apesar de ser algo natural, o leite materno doado exige cuidados antes de ser administrado e, por isso, não está acessível para todas as crianças. Lafaiete, por exemplo, não possui um banco de leite. As unidades mais próximas estão em Juiz de Fora e Belo Horizonte, o que faz com que muitas mães deixem de partilhar esse alimento entre seus filhos.
Fora dos domínios de Lafaiete, o Brasil tem muito de que se orgulhar quando o assunto é doação de leite materno. O país possui a maior e mais complexa rede de banco de leite do mundo, é referência internacional por utilizar estratégias que aliam baixo custo e alta tecnologia. Hoje, há no Brasil 225 bancos de leite humano (BLH), sendo que cada um dos 26 estados e o Distrito Federal possui pelo menos um. A média nacional é de 45 bancos de leite por macrorregião do país. Além disso, estão disponíveis 212 postos de coleta, além da coleta domiciliar disponível em alguns estados. Todo o leite humano coletado passa por um rigoroso controle de qualidade antes de ser distribuído e é fornecido de acordo com as necessidades de cada recém-nascido.
Como funciona essa rede?
Os BLHs são serviços especializados de apoio à amamentação que surgiram como uma estratégia de qualificação da assistência neonatal em termos de segurança alimentar e nutricional, e visam a contribuir para a redução da mortalidade infantil em instituições hospitalares. São responsáveis por ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e execução de atividades de coleta da produção lática da nutriz, do seu processamento, controle de qualidade e distribuição.
A RBLH – que é uma iniciativa do Ministério da Saúde, por meio do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) - exporta essa tecnologia para 22 países da América Latina, Caribe, Península Ibérica e está em fase inicial da cooperação técnica para outros quatro. Desenvolvida há 34 anos, a estratégia brasileira tem como foco a promoção, a proteção e o apoio ao aleitamento materno até os 2 anos de vida, sendo de forma exclusiva até os 6 meses de idade.
O Dia Mundial de Doação de Leite Humano é celebrado em 19 de maio, por iniciativa do Brasil, aceita pelos países que integram a Rede Global de Bancos de Leite Humano (RBLH). Entre 2008 e 2018, o número de doadoras cresceu 45% e o volume de leite coletado, 30% em nosso país. No ano passado, mais de 185 mil crianças receberam leite humano doado de quase 183 mil mulheres. Foram 215 mil litros de leite humano coletados.
O que saber sobre doação de leite
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite materno.
Cada pote de 300ml de leite humano pode ajudar até 10 recém-nascidos por dia
O pote não precisa estar cheio para ser levado ao Banco de Leite Humano
A amamentação é a forma de proteção mais econômica e eficaz para redução da mortalidade infantil
A amamentação também traz vários benefícios à saúde da mulher, como a redução das chances de desenvolver câncer de mama, útero e ovário.
Estima-se que o aleitamento materno seja capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de 5 anos em todo o mundo por causas preveníveis.
Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária.
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Postado por Redação, no dia 28/05/2019 - 10:06