Esse estrangeiro, desconhecido, alheio a tudo, singular, um anormal desusado e esquivo é pessoa estranha. Seu desprendimento, seu desapego ao personagem que representa exige um dote para que se possa lhe entender. Desejo escrever a ele (ela) ainda que seja em outro dia. Meus bilhetes ruborizados e quem sabe repletos de eloquência, ainda que acondicionados em uma garrafa PET seriam alvos do maior exemplo de menoscabo, falta de respeito, por parte do senhor ou da senhora, estrangeiros. Cofiando a face,confesso ter muito medo. Sabe-se que essa majestosa dúvida, tem uma placa na porta das palavras. Tudo que ofereço é rudeza, rispidez, próprias de um homem vesgo, de um homem velho, de um espectador mais velho ainda. Não existe a possibilidade de se contar com gracejos, chistes, na realidade do que escrever aos fantasmas e senhorios. Quando a gente se retira do simpósio, do festim da vida, nada mais pode dar certo. Gizado isso, aos leitores (poucos, muito poucos) que me olvidam ou me detestam, anotações sórdidas oriundas do limbo de um espírito sujo e pegajoso, enclavinhadas, seguem viagem para o país terrível dos estrangeiros, das estrangeiras.
Sílvio Lopes de Almeida Neto
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Postado por Redação, no dia 10/05/2019 - 09:26