O LIVRO é minha guerra pessoal.
Abre inteiramente a vida nos meus olhos,
[fulmina devagar minha parte pensante.
Através dele, Fernando me contou sobre a morte do tempo, sepultado
[nele mesmo.
Assim já não dou conta da vida, ainda que ela me guarde e proteja.
Fantasmas, meus fantasmas, não têm medo algum.
Não sou mesmo amorável em relação à nada.
Sendo homem de palha em toda página,
Não desejo ler mais nada, ouvir, menos ainda.
Homem de mão, não desejo ser, eis a questão posta e morta.
Por certo, dentro da incerteza, sou o derradeiro tropo,
Um cético, oculto na lama.
O LIVRO é minha guerra pessoal.
Nada de versejar (mesmo que maus versos) nada de correr a
[passo miúdo.
Hoje tudo se encontra sem valimento que mereça uma só frase,
[seja de amor ou tédio.
Não desejo nenhuma reminiscência,
[menos ainda da juventude.
O LIVRO é criança pequena, gente miúda,
[de arma na mão.
Estou tísico por demais para sibilar perdão.
Ninguém mais há de velar o que está sobre a mesa.
Sílvio Lopes de Almeida Neto
Maio 23, 2021
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Escrito por Silvio Lopes, no dia 28/05/2021