Antenor é aficionado (não aficcionado) por uma arte que não exerce profissionalmente. É amante de touradas. Sua consorte, companheira de prisão na pandemia, companheira na sorte e nas metáforas loucas que ele rabisca na mesa do bar, entende, bem no fundo de sua alma, que ele deveria ser escafandrista, aquele que faz investigações, explorações subaquáticas com escafandro, mas no inferno das almas. Antenor entende que tudo que se fala e escreve, não passa de pensamentos ridículos, dignos de riso zombeteiro, merecedores de muito escárnio. Por detrás dele e de sua consorte, pela retaguarda, nas costas de ambos, existe uma grande ausência, uma carência de dar dó. A porta, inócua, que não produz o efeito pretendido, não é capaz de lhes proteger do mundo voraz, glutão, em que estão mergulhados.
Sílvio Lopes de Almeida Neto
Abril 9, 2021
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Escrito por Silvio Lopes, no dia 09/04/2021