Sílvio mal amanhece. É de seu costume “mastigar” repetidas vezes. Remoer os desencantos de uma vida incompleta. “Ruminar” pensamentos antigos. Faz isso, sobre um outeiro, montículo importante onde busca a salvação de seus pecados. Acompanha-lhe um lenço branco, surrado, confidente. Os desprezadores de sua alma lançam risos sobre o ritual. São incapazes de compreender a pudicícia do velho amigo. Toda sua astúcia, sagacidade, traquinice e principalmente velhacaria, se foram, estão mortas dentro de um copo sujo. Hoje, ilusionista, se pauta em ilusões perdidas. É um prestidigitador derrubado no palco. Penitente, roga perdão pelos inúmeros pecados. Ao lado dele tudo agora é uma mentira.
Sílvio Lopes de Almeida Neto
Julho 30, 2020
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Escrito por Silvio Lopes, no dia 31/07/2020