Era tarde de chuva tempória no fundo da cozinha com a porta aberta e um pé de limão tombando de lado a lado. E não lhe via chegar. Houve, então, um desligamento de toda realidade. Passou a existir um mundo autista, do artista no Paraíso. Certo que não se pode mais lhe dizer, nem se pode lhe escrever o que Deus já não quer. Andar, então, crapuleando e crapuleando foi um jeito sim! Os Engenheiros mandaram indagar, perguntar ao pó, descer o porão e seguir qualquer carro. Já há alguns anos, entretanto, só restaram mesmo coágulos de sangue. Crucificado o coração, quanta disposição em andar só e lamentar. Exorcisar o pedantismo, comprar uma pedra da Lua, encostar na rua e seguir o rio. As pedras são rochas e elas nunca voltam. Existe culpa sim. A culpa foi do jardim.
Sílvio Lopes de Almeida Neto
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Escrito por Silvio Lopes, no dia 19/06/2020