As
ideias que vou expor neste artigo não correspondem, necessariamente, à minha
opinião e visão sobre didáticas que devem ser adotadas em salas de aula para
aprimorar a aprendizagem. Algumas, possivelmente, vão até piorar ou comprometer
o ensino e a aprendizagem. Por isso, algumas afirmações serão comentadas de
forma crítica. ?Atualmente, o uso de celular em sala de aula para fins
recreativos tem se tornado um grande tormento para diversos professores. Isso
porque esses profissionais precisam disputar a atenção dos alunos com os
aparelhos móveis e, muitas vezes, acabam perdendo a batalha. Diante dessa
informação, fica evidente que o ensino tradicional e seus recursos - giz,
caneta, lousa e cadernos - deixaram de ser suficientes para manter os
estudantes motivados e interessados. Mas como modificar esse cenário?
Honestamente,
a resposta não é simples. Antes de os celulares se tornarem dispositivos
pedagógicos auxiliares nas didáticas para a aprendizagem, a direção, os
professores, os pais e os alunos precisam ser criteriosamente preparados e
amadurecidos para os procedimentos. O governo do estado de São Paulo, por
exemplo, adotou essa ideia e com a Lei Nº 16.567, de 6/11/2017, alterou o
primeiro artigo da Lei nº 12.730, de 11/10/2007, acabando com a luta entre
tecnologia e educação ao permitir que os dispositivos móveis sejam utilizados
como instrumentos pedagógicos, ou seja, como facilitadores da aprendizagem.
Todavia, é preciso lembrar que a cultura escolar não vai mudar só por uma
alteração da lei ou por decreto.
Já
pensou em formar grupos de discussão online para que os estudantes possam
trocar informações sobre o conteúdo da disciplina? Essa estratégia pode
despertar o interesse dos educandos pela matéria e ainda contribuir para um uso
mais consciente da tecnologia. Para tirar a ideia do papel, vale criar um grupo
no Facebook ou até mesmo no WhatsApp, inserir o tópico que será trabalhado na
aula seguinte e instigar a curiosidade dos jovens com pequenas perguntas. Até
agora, não vi grupos no WhatsApp funcionando plenamente.
Assim,
os alunos poderão debater um pouco sobre o assunto levantado antes da abordagem
do professor, o que pode fazer muita diferença no andamento da aula seguinte,
conforme já comprova a proposta da sala de aula invertida?. - Acho pouco
provável que as redes levem os alunos a debater qualquer tema ?antes da
abordagem do professor?. Raramente vi isso no mestrado. A tecnologia sozinha
não realiza esse milagre preconizado pelo uso da tecnologia.
?Vale
lembrar que essa prática não só aumenta o foco e a participação dos educandos,
como também promove a interação de alunos com dificuldades de sociabilidade,
uma vez que o ambiente online costuma deixar os discentes tímidos mais
confortáveis?. - Esse comportamento estudantil está longe de acontecer só pela
mediação do WhatsApp ou outra rede social. Ainda vai ser preciso mudar demais a
concepção sobre estudos e escola para se conseguir esse ideal.
?Com o
objetivo de estimular a criatividade e desenvolver a interdisciplinaridade no
ambiente escolar, o professor pode solicitar, como atividade avaliativa, a
criação de um aplicativo para dispositivo móvel?. - Aplicativos? Quantos alunos
têm noções de programação computacional?
?Para
isso, o educador deve direcionar os principais tópicos de conteúdo que devem
ser inseridos na plataforma fictícia e esclarecer quais informações não são
permitidas. Após as orientações gerais, a turma pode ser dividida em grupos
para a execução do projeto?. - As ideias acima até são boas, mas próprias de
quem não conhece gestão do conhecimento através do uso da tecnologia. Ainda
temos de mudar muitos conceitos sobre trabalho coletivo e de gestão escolar
antes de transformar recursos tecnológicos em mediações didáticas para a
aprendizagem. E nisso estamos bem aquém do esperado.
José Antônio dos Santos
Mestre pela UFSJ e membro ACLCL
Contato: [email protected]
Disponível
em http://blog.qmagico.com.br/tecnologia/4-didaticas-para-usar-o-celular-em-sala-de-aula/.
Acesso aos 30/setembro/2018.
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Escrito por Educação, no dia 13/10/2018