Entramos nas redes sociais e elas invadiram nossas vidas. Quem é você nas redes sociais? Como estão as relações humanas nas redes? Você sai com quem não posta fotos? Acredita nos perfis colocados nas redes? Cair nas redes pode um ser grande achado ou não. É arriscar. A matéria de Gabriela Longman apresenta entrevista da Folha de São Paulo com Andrea Iorio, que comanda o Tinder América Latina há cinco anos.
Os dados pessoais dos usuários ganharam valor e se transformaram em moeda de troca. Como avalia essa espécie de corrida do ouro atrás de big data? É um momento de transformações drásticas de alto impacto na população mundial. Eu resgato algo que o [teórico israelense] Yuval Harari aponta: as informações estão chegando primeiro em enormes quantidades; segundo: em tempo real; terceiro: vindas de fontes totalmente diferentes, inclusive dados bioquímicos do nosso corpo que o levam a dizer que seremos uma das últimas gerações de homo sapiens. É muito possível que daqui a pouco possamos programar um ser humano, replicar DNA e outros elementos, hackear nossos próprios códigos. Precisamos lidar com isso da forma mais humana possível.
Como vê a disputa entre as grandes empresas de tecnologia e o poder público, como os conflitos entre Google e o governo chinês, o ?Facebook e as eleições nos Estados Unidos? Quando você chega com uma tecnologia extremamente transformadora, você acaba polarizando um pouco, provocando conflitos. Vejo que tudo que é transformador gera um impacto que, por um lado, é bem recebido, por outro, pode incomodar o status quo. Acredito que vai existir uma cooperação maior, porque os dois lados têm interesses comuns. Mas a capacidade de cooperar depende do grau de abertura.
Qual é o principal desafio para entrada da inovação no Brasil? Enxergo o Brasil de forma mais positiva do que geralmente ouço. Os desafios ainda estão na injeção de capital por conta de questões macroeconômicas - variação cambial, déficit público. A maioria dos investimentos ainda está concentrada no setor primário e setores mais tradicionais. Talvez a ingestão de fundos ainda precise acontecer com maior confiança pelos investidores internacionais e um maior índice de priorização pelos investidores nacionais.
Como você foi parar nesse universo? Tenho um? percurso fora do comum: estudei literatura, latim e grego antigo no colégio na Itália, de onde eu sou. Fiz economia e mestrado em relações internacionais nos EUA. Mas já trabalhei de salva-vidas, fiz estágio na empresa do meu pai e fui para o Egito estudar árabe. Quis experimentar vários contextos, o que me ajudou muito a desenvolver flexibilidade cognitiva, que é uma das coisas que acho mais importantes nesse cenário. No Brasil, mesmo sem ter experiência, comecei a trabalhar no Groupon e faz quase cinco anos que estou à frente do Tinder.
Está no aplicativo? Sim. Sou usuário há algum tempo, com certo sucesso.?As questões se tornaram uma reflexão obrigatória, se quisermos manter identidade cultural, privacidade, originalidade e, sobretudo, ter um pouco de liberdade pessoal. Estas situações não invalidam os benefícios do mundo virtual.
Fonte ? Disponível na Folha de São Paulo.
José Antônio dos Santos
Mestre pela UFSJ e membro ACLCL
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Escrito por Educação, no dia 05/10/2018