O ensino médio é considerado o maior gargalo da educação básica brasileira. De cada dez alunos na etapa, oito estão em escolas estaduais. Nos últimos 11 anos, apenas quatro das 27 redes estaduais do país conseguiram fazer com que seus alunos do ensino médio tivessem avanços significativos de aprendizagem em português e matemática. O quadro geral nesse período é de estagnação, em níveis muito baixos. Há queda em diferentes estados, mesmo entre aqueles que apresentam os melhores resultados.
Os resultados da prova de 2017 do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foram divulgados na quinta-feira, 30 de agosto, pelo governo federal. A avaliação de português e matemática, com as taxas de aprovação, compõe o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de escolas e redes de ensino do país. Essa avaliação federal é feita com estudantes ao fim de três etapas de ensino: anos iniciais (5º ano) e finais (9º ano) do ensino fundamental e ainda o ano final do ensino médio.
As notas dos dois ciclos do ensino fundamental melhoraram no ano passado, considerando as redes pública e privada de todo o país. Só nove redes estaduais tiveram avanço em português e matemática no ensino médio na comparação com a prova de 2015. Mas a situação é ainda mais dramática ao se ver a série histórica.
Somente Espírito Santo, Goiás, Pernambuco e Sergipe obtiveram avanço considerável desde 2007. No intervalo, essas redes subiram ao menos 12 pontos na escala de notas nas duas disciplinas. Essa variação é considerada relevante por estudiosos e representa a progressão de um ano inteiro de aprendizado.
Em matemática, 15 redes tiveram queda de desempenho de 2007 a 2017. Na média, os alunos aprendiam mais há 11 anos do que aprendem agora. Já em língua portuguesa, o salto relevante ocorreu em oito estados, e cinco caíram. A Folha comparou os resultados da avaliação de 2017 com os de 2007, quando houve criação do Ideb. O Ideb foi divulgado na segunda-feira, 3 de setembro. Esses dados são produzidos a cada dois anos.
Fonte adaptada ? Folha de São Paulo. Acesso aos 31/agosto/2018.
José Antônio dos Santos
Membro da ACLCL e mestre pela UFSJ
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Escrito por Educação, no dia 14/09/2018