Foto: Arquivo Jornal CORREIO
Fórum da Comarca de Conselheiro Lafaiete
O Fórum da Comarca de Conselheiro Lafaiete sediou, nesta quarta-feira, dia 23, o primeiro dia do júri popular que julga quatro jovens acusados de envolvimento em um homicídio ocorrido durante um tiroteio no Dümm Gastrobar, no centro da cidade, em outubro de 2023. O crime, que resultou na morte de Ronan Alves, causou grande comoção em Lafaiete e região.
Com mais de 14 horas de intensos debates, a sessão atraiu familiares da vítima e amigos dos acusados. O julgamento foi marcado por momentos de forte tensão e emoção, com o depoimento de testemunhas de acusação e defesa, além dos interrogatórios dos réus.
Os acusados — I.H.P.G., de 19 anos; S.M.S.S., também de 19; Y.G.G., de 23; e uma quarta envolvida, identificada como B. — foram levados a júri popular, acusados de participação direta no homicídio que, além da morte de Ronan Alves, deixou outras quatro pessoas feridas. O crime ocorreu no no Dümm Gastrobar localizado na avenida Prefeito Telésforo Cândido de Resende, no centro da cidade.
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), à qual o Jornal CORREIO teve acesso, o crime foi meticulosamente orquestrado, com uma clara divisão de tarefas entre os envolvidos. As investigações apontam que a motivação estaria ligada a disputas pelo controle do tráfico de drogas, supostamente relacionadas ao grupo conhecido como Real de Queluz.
A cronologia do crime, reconstruída com base nas imagens das câmeras de segurança do local, revela que B. cumprimentou a vítima pouco antes do ataque e, em seguida, teria se reunido com os demais acusados para coordenar a ofensiva. A denúncia sustenta que B. sinalizou o momento exato da ação para I., que retornou ao local acompanhado de S., Y. e dos dois menores, efetuando os disparos.
Foram disparados sete tiros, dos quais quatro atingiram pessoas que sequer eram alvos do ataque, causando ferimentos graves. A morte de Ronan só não foi seguida por mais fatalidades devido à rápida e eficaz atuação do serviço médico de emergência, que prestou atendimento às vítimas feridas.
O Ministério Público ressalta que o crime foi cometido por motivo torpe — disputas relacionadas ao tráfico — e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas, surpreendidas em meio à multidão em um ambiente festivo. “As quatro pessoas feridas sequer poderiam suspeitar do ataque, uma vez que este não lhes era dirigido e elas não tinham qualquer atrito com os autores. Já Ronan, embora tivesse desavenças prévias e estivesse armado, sequer conseguiu fazer uso de sua pistola”, destaca o órgão. Além disso, os promotores classificaram o episódio como de “perigo comum”, uma vez que os disparos foram realizados em um estabelecimento comercial lotado, expondo dezenas de pessoas ao risco.
A defesa dos réus, representada pelo advogado criminalista Roney Neto, preferiu não comentar os detalhes da estratégia adotada, alegando segredo de justiça e respeito ao devido processo legal.
Com o encerramento dos debates no final da noite, o júri foi retomado nesta quinta-feira, dia 24. A sentença deve ser anunciada até o fim da tarde. O julgamento é aguardado com grande expectativa pela comunidade lafaietense, diante da repercussão do caso e da violência empregada no ataque.
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Postado por Rafaela Melo, no dia 24/04/2025 - 09:17