O julgamento sobre a responsabilidade da mineradora BHP no rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), em 2015, entrou na fase final nesta quarta-feira, 5 de março na Justiça britânica. A ação, movida pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG), representa 620 mil vítimas, além de 1.500 empresas e 46 municípios afetados pela tragédia.
Durante os dias 5 a 7 e 13 de março, os advogados das vítimas apresentarão suas alegações finais. A defesa da BHP terá de 10 a 12 de março para se manifestar. O julgamento, iniciado em outubro de 2024, considera a legislação brasileira, embora esteja sendo conduzido pela Corte de Tecnologia e Construção de Londres. A BHP, controladora da Samarco na época do desastre, argumenta que a mineradora operava de forma independente. Já o PG defende que a BHP deve ser responsabilizada, por ter sido a principal controladora e beneficiária da atividade de mineração que causou o desastre. Caso a mineradora seja considerada culpada, um novo julgamento determinará o valor das indenizações, que podem chegar a R$ 230 bilhões.
No Brasil, em 2024, o STF homologou um acordo que garante o pagamento de R$ 170 bilhões para reparação dos danos causados pelo rompimento. Em novembro de 2015, a tragédia matou 19 pessoas, deixou 3 desaparecidas e mais de 600 desabrigadas, além de causar danos ambientais em 49 municípios.