Foto: Divulgação
Duas escolas de samba, 29 blocos e 32 atrações musicais se apresentaram no Carnaval de Congonhas
Congonhas conseguiu organizar um verdadeiro Carnaval pra Todos em menos de dois meses. O megaevento popular, realizado entre sexta-feira, 28, e terça, 4, atraiu milhares de foliões da cidade, da região e outras partes do Brasil. A organização montou um circuito pelas ruas e avenidas do centro com quatro palcos. Neles, apresentaram-se 32 atrações musicais, entre elas matinês de sábado a terça-feira no Quarteirão do Samba. Duas escolas de samba e 29 blocos desfilaram na avenida Marechal Floriano Peixoto e outras vias. Para garantir conforto e segurança a todos, a estrutura contou ainda com praça de alimentação, banheiros químicos, segurança feita em parceria pela Polícia Militar com o município, por meio de sua Guarda Civil Municipal, e a contratação de seguranças. Este ano, o Instituto Sociocultural Meraki foi responsável pela gestão da festividade momesca.
O casal em visita à Minas Gerais Daniel Pereira e Eliete Bezerra, de Natal-RN, escolheu Congonhas para passar o período carnavalesco, e não se arrependeu. “O Carnaval de Congonhas foi show de bola, só alegria”, contam os turistas potiguares. Para o prefeito Anderson Cabido, que assumiu o seu terceiro mandato em 1º de janeiro deste ano, foi um desafio gigantesco organizar uma festa desta magnitude, feita em menos de 60 dias. “Foi difícil, mas nosso time se superou. Agradeço a todos que se empenharam ao máximo para que pudéssemos entregar esse Carnaval. Conseguimos começar um pouco mais cedo, às 11h, além de ter muito mais segurança e organização. Se este ano já foi espetacular, imagina no ano que vem, com toda a repercussão que nossa festa está gerando na região e em todo o estado. Teremos mais tempo para prepará-lo”, projeta.
Desfiles
No sábado, a cidade assistiu a um dos momentos mais aguardados da festa: o desfile das escolas de samba. A Jacuba, primeira a entrar na avenida, teve em seu enredo a devoção e a resistência do povo congonhense, trazendo os versos: “A ladeira tem história, vem buscando evolução. E sua fé é nosso dom. A Jacuba desce o morro”. Já a Casa Imperial da Rosa apostou na grandiosidade estética do barroco, com o enredo “Deu oco no barroco”. Inspirado nas contradições e críticas desse movimento artístico, o tema propôs uma leitura que dialoga com a própria essência do carnaval: a mistura entre o sagrado e o profano, a exuberância e a contestação.
Tesoureira do Renascer Verde Rosa, que desfilou pelo segundo ano seguido, na terça-feira de Carnaval, Elen Estevão diz que “o bloco de rua foi criado para resgatar na comunidade da Matriz o desejo e a organização para a volta da escola de samba do bairro. Está sendo formada uma Diretoria com este intuito. Mesmo após a realização deste sonho, que poderá se tornar real em 2026, o bloco seguirá firme. Está sendo formada uma Diretoria com este intuito”. Este ano, além da padroeira de Congonhas, N. Sra. da Conceição, foram homenageadas as costureiras da comunidade que sempre contribuíram com as escolas de samba e o bloco. O destaque foi Dona Eliene Gama, que declarou ao final do desfile: “Estou muito satisfeita por ter sido a escolhida como destaque, porque fomos muitas mulheres que sempre contribuíram para o Carnaval da Matriz”.
Este movimento de retorno e fortalecimento das escolas de samba, que marcaram época em Congonhas e se destacaram até mesmo no antigo Carnaval de Belo Horizonte, está só começando, se depender de Anderson Cabido. “Desde o nosso primeiro mandato [2005-2012], estimulamos e provocamos as comunidades para que as escolas de samba voltassem. Elas são um patrimônio da história e do Carnaval da nossa cidade. Que bom que isso ocorreu há três anos. Agora prevemos que, para os próximos, outras escolas virão e a Prefeitura está pronta para apoiá-las. Da mesma forma, precisaremos fazer alguns ajustes. Demos um salto de qualidade em 2025 e estamos preparados para dar outros, porque nossas escolas já não cabem mais na avenida, temos de rever também a programação dos blocos. Com a adoção de algumas medidas, nosso Carnaval será cada vez mais de todos. Mas ele precisa também gerar mais turistas, renda, emprego e promover nossa cidade cada vez mais”, avalia o chefe do Executivo municipal.
A secretária de Cultura da Prefeitura de Congonhas, Patrícia Monteiro, chegou ao final do Carnaval pra Todos 2025 com o sentimento de alegria e gratidão. “Nossa festa carnavalesca foi linda, com apresentação de bandas excelentes, blocos e escolas de samba empolgantes. O povo veio para a rua. Conseguimos montar uma força-tarefa que envolveu todas as secretarias da Prefeitura e, em menos de dois meses, apresentamos estes resultados. Temos certeza de que ano que vem faremos outro belíssimo e aprimorado Carnaval”.
Patrícia destaca nesta edição o elevado nível de segurança com que contaram os participantes da festa. “Criamos um circuito para o Carnaval, com direito à vistoria na chegada dos foliões, o que geralmente ocorre em eventos privados. Houve aprovação popular e todos circularam com tranquilidade. Mas precisamos reformular muita coisa ainda para 2026, sempre priorizando o Carnaval diurno”, avalia a gestora da pasta de Cultura que completa: “Nós não paramos, vêm aí a Semana Santa, o Sermão da Montanha, o Festival da Quitanda, Forró Maria e muito mais pelo ano afora”.
Polícia Militar confirma clima de tranquilidade
Entre os dias 27 de fevereiro e 4 de março, foi realizado o policiamento de Carnaval na cidade de Congonhas, com planejamento prévio que envolveu a colaboração entre a Polícia Militar e a Prefeitura de Congonhas, por meio da Guarda Civil Municipal (GCM) e outros setores. Do ponto de vista da segurança, o evento teve resultados extremamente positivos, sem registros de ocorrências de maior gravidade durante todo o período carnavalesco. A estrutura foi cuidadosamente planejada, com a atuação conjunta da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e da GCM, que estabeleceram um perímetro seguro para garantir a tranquilidade dos foliões.
Além disso, um grande número de agentes de segurança privada foi mobilizado e distribuído em todos os pontos de entrada e saída do evento, com a missão de fiscalizar a entrada de objetos. Essa ação foi fundamental para evitar a entrada de armas brancas e outros itens que poderiam ser utilizados de forma inadequada durante as festividades. Durante o evento, segundo a PM, foram realizadas apreensões de armas brancas em pontos de acesso e nas proximidades da área de lazer. A ação integrada dos órgãos de segurança pública, em parceria com a Prefeitura Municipal, garantiu um Carnaval seguro tanto para os munícipes quanto para os foliões que visitaram a cidade, contribuindo para o sucesso da festividade e a tranquilidade de todos os participantes.
Menores no Carnaval
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento, Assistência Social e Cidadania da Prefeitura de Congonhas, nas concentrações dos blocos não houve registro de menores de idade ingerindo bebida alcoólica. A grande maioria estava acompanhada dos pais ou responsáveis com a autorização. Também não foram registradas vendas dessas bebidas pelos ambulantes a menores de idade. A Comissão de Apoio à Criança e ao Adolescente contou também com o apoio do Conselho Tutelar.
Saúde
A central de atendimento médico, criada pela Secretaria de Saúde da Prefeitura de Congonhas, com um posto na Câmara Municipal e uma ambulância estacionada em frente à Prefeitura, registrou 40 atendimentos, entre casos leves e outros que careceram de remoção para uma unidade de saúde.
Ocupação hoteleira e do camping
O Carnaval de Congonhas se consolidou como um fator determinante para o aumento da taxa de ocupação hoteleira, mesmo em um cenário em que os hotéis já registram alta demanda devido à presença contínua de operários da mineração. De acordo com uma pesquisa realizada pela Secretaria de Turismo da Prefeitura de Congonhas (SETUR), na sexta-feira de Carnaval, 28, a ocupação dos hotéis, mesmo com grande parte dos leitos ocupados ao longo do ano por trabalhadores da mineração, foi de 42%. Esse número subiu para 51,55% na segunda-feira, 03, representando um crescimento de 9,5 pontos percentuais. No Parque Ecológico da Cachoeira, o Carnaval também impulsionou a ocupação do camping, contabilizando mais de 30 motorhomes e 342 barracas, o que confirma a tendência de que cada vez mais turistas buscam experiências de contato com a natureza durante o evento.
O casal de Suzano-SP, Angélica e José, está acampado em um motorhome no Parque Ecológico da Cachoeira pela primeira vez. “A experiência está sendo ótima. Gostamos muito do balneário, que possui uma infraestrutura maravilhosa. Fomos bem acolhidos, mesmo chegando dias atrás no início da noite. Os funcionários disseram que não deixariam a gente do lado de fora de jeito nenhum. Esperamos voltar mais vezes”, afirma Angélica.
“Temos muito o que fazer na área do turismo, que é uma atividade fundamental que nosso governo escolheu priorizar, para proporcionar à nossa população e trabalhadores uma alternativa à mineração. Para isso, precisamos fortalecer o calendário de eventos e o Carnaval é uma das principais atividades dele”, completa o prefeito de Congonhas, Anderson Cabido.
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Postado por Maria Teresa, no dia 05/03/2025 - 21:57
