Foto: arquivo Jornal CORREIO
O período estabelecido da piracema em Minas Gerais, que tem término previsto para o dia 28 de fevereiro de 2025, e teve início em primeiro de novembro do ano passado, tem por objetivo proteger as espécies de peixes que migram até as cabeceiras dos rios para o ciclo reprodutivo. Tais medidas são importantes para a preservação de peixes e para garantir a continuidade das espécies. Isso se dá por que a proibição da pesca nesse período possibilita que o peixe amadureça o sistema reprodutivo e complete seu ciclo de vida. Geralmente, a piracema (defeso) está associada ao período chuvoso e, por isso, não acontece ao mesmo tempo em todos os estados do Brasil. As normas também são específicas para cada estado e variam de acordo com as espécies nativas da região. Na piracema em Minas Gerais, por exemplo, fica proibida a pesca de espécies como o pintado, dourado, matrinxã, piau verdadeiro, piau três pintas, mandi, traíra, corvina, curimatã, pirá, entre outros. Amadurecimento dos peixes A piracema, termo de origem Tupi, significa “subida do peixe”. Ou seja, se refere ao momento em que o peixe nada no sentido contrário da correnteza em busca de pontos adequados para desova, possibilitando a reprodução. Muitas espécies enfrentam jornadas exaustivas, nadando mais de 2 mil km para garantir a reprodução. No trajeto, os cardumes encontram diversos obstáculos, naturais ou construídos pelo homem, como cachoeiras e barramentos para represas e hidrelétricas. É durante esse percurso que uma série de alterações hormonais é desencadeada e prepara o peixe para a reprodução, já que fatores ambientais externos, como chuva e temperatura, estão relacionados com a produção desses hormônios.
Legenda: O rio Paracatu é o maior afluente do Velho Chico e funciona como um berçário de peixes na piracema
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 23/02/2025 - 08:20
