Foto: Codap/divulgação
A eleição para a nova presidência do Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba (Codap), marcada para o dia 19 de fevereiro, pode representar um golpe histórico para a região. A falta de união entre os próprios municípios do Alto Paraopeba pode entregar o comando do consórcio para uma cidade que sequer pertence à região, desmontando anos de articulação e comprometendo seu futuro.
Criado em 2005 por Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Ouro Branco, Jeceaba, Queluzito e São Brás do Suaçuí, o Codap sempre teve um papel estratégico. Foi através dele que a região conquistou a gestão do aterro sanitário pelo Consórcio Público Intermunicipal de Tratamento de Resíduos Sólidos (Ecotres), atraiu instituições como UFSJ e IFMG, garantiu melhorias estruturais como a duplicação do Viaduto das Almas e fortaleceu serviços essenciais nas áreas da Defesa Civil, inspeção sanitária e desenvolvimento econômico. Mas tudo isso pode estar ameaçado.
O problema? A incoerência de alguns municípios do próprio Alto Paraopeba, que parecem dispostos a entregar a presidência para outra cidade. Mesmo diante do histórico de benefícios para a região, prefeitos locais preferem ignorar a importância de manter o comando por perto, colocando em risco a autonomia do consórcio.
O ex-prefeito de Ouro Branco e também do Codap, Hélio Campos, alerta para o risco da perda da presidência do consórcio e defende a união dos prefeitos. “O Codap foi criado para desenvolver o Alto Paraopeba, abrangendo também o Vale do Piranga, a Região dos Inconfidentes e até da Grande BH. Mas é essencial que a sede permaneça em Lafaiete e que o presidente seja da nossa região. Já sofremos com a falta de representantes estaduais e federais, e perder a presidência seria desastroso.”
Ele destaca as conquistas da sua gestão, como o curral regional, que solucionou o problema de animais soltos nas cidades e rodovias, o Castramóvel, que atende todos os municípios consorciados, e os serviços de inspeção sanitária, garantindo qualidade aos produtos locais.
Diante da disputa entre as chapas lideradas pelos prefeitos de Congonhas, Anderson Costa Cabido, e de Mariana, Juliano Vasconcelos Gonçalves, ele considera a situação um retrocesso desnecessário. “Sempre trabalhamos em chapa única, com diálogo e união entre os prefeitos. Lamento essa divisão. O ideal seria um entendimento para preservar o que foi construído nos últimos 20 anos. Se não nos unirmos agora, perderemos ainda mais representatividade no futuro. O consórcio foi construído com muito esforço e precisa ser mantido aqui. Quanto mais entidades tivermos na região, mais fácil será avançarmos para uma Região Metropolitana forte e estruturada.”
A votação será pública e nominal, e a responsabilidade por esse possível retrocesso cairá sobre os ombros dos prefeitos que hoje hesitam em defender a própria região. Se a desunião prevalecer, o Alto Paraopeba não apenas perderá o Codap, mas abrirá mão de sua capacidade de articulação política e desenvolvimento conjunto, entregando de bandeja um dos seus maiores patrimônios administrativos.
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Postado por Rafaela Melo, no dia 14/02/2025 - 18:07