Foto: Edmilson Dutra
Desde a última semana, o acervo do Museu Ferroviário de Conselheiro Lafaiete exibe uma peça que conta muito sobre a história da imprensa regional. Em consonância com seu compromisso inegociável com a preservação da memória e a valorização do jornalismo impresso, o Jornal CORREIO doou sua primeira impressora: uma Solna 125, produzida em 1976, na Suécia, e adquirida pelo CORREIO em 1997. Com seus 1.500 quilos de precisão mecânica, a máquina se impôs como a primeira impressora offset da imprensa lafaietense. Ela tornou possível a produção do próprio periódico e também de livros, panfletos e outras publicações que circularam pela cidade. Seu recorde, alcançado em 1998, de 115 mil jornais impressos em uma única tiragem reflete, sua relevância no cenário midiático regional.
Se a imprensa é a guardiã do tempo, seu maquinário é a materialização desse compromisso. Cada peça desta impressora carrega a memória dos dias em que a informação dependia do trabalho manual e de engrenagens precisas, da tinta e do papel, antes de ser consumida. Doá-la ao Museu Ferroviário é um ato de reverência ao passado, uma resistência ao esquecimento e uma forma de assegurar que futuras gerações compreendam a evolução do jornalismo, suas ferramentas e sua importância incontestável para a construção da identidade local. A preservação desse patrimônio material da imprensa é, em última instância, um tributo ao conhecimento e à memória coletiva. Em um tempo em que a efemeridade digital ameaça obliterar registros tangíveis da história, a máquina assume uma nova missão: agora, além de registrar o presente, contribui para a conservação do passado, para que seu valor não se dilua na amnésia dos tempos modernos. A Solna 125 se ergue como um monumento à resistência do impresso em um contexto de transformação digital acelerada, no qual a voracidade da informação virtual reduz a perenidade dos registros.
No Museu Ferroviário, ela não limitará sua função a uma peça de exposição: será a materialização de um tempo em que as palavras tinham peso físico, a tinta exigia manuseio e a notícia, antes de chegar às mãos dos leitores, passava por roldanas, cilindros e impressões duráveis. E assim, a Solna 125, que até pouco tempo imprimiu páginas com as notícias mais relevantes do município, agora se torna, ela mesma, uma notícia preservada para o futuro.
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 08/02/2025 - 11:20