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Esportes


Clubes mineiros promovem campanha para ajudar torcedora mirim



Foto: Divulgação


A campanha começou pela internet, com os pais de Júlia entrando em contato com diversas pessoas e divulgando vídeos da criança

Futebol não é só rivalidade, e os times mineiros estão provando, mais uma vez, a força que o esporte tem para ajudar as pessoas. Nesta quarta-feira, dia 5, antes do clássico entre América e Cruzeiro, os clubes vão se unir para ajudar na campanha "Salve a Julinha", uma criança de apenas sete anos que foi diagnosticada com lipofuscinose esclerose neuronal tipo 7, uma doença rara que atinge as capacidades mentais e motoras. No domingo, dia 9, será a vez do Atlético entrar na campanha, no clássico contra o Cruzeiro.
A LCN7 afeta o sistema nervoso, provocando epilepsia, perda de visão, dificuldades motoras e da fala. Por conta da raridade da doença, a indústria farmacêutica não tem interesse na pesquisa, cabendo aos pais lutarem para levantar os recursos.

A campanha começou pela internet, com os pais de Júlia entrando em contato com diversas pessoas e divulgando vídeos da criança para conseguir arrecadar R$ 18 milhões para fazer o tratamento da doença nos Estados Unidos. Até o momento, eles já conseguiram R$ 2 milhões.Em entrevista à Rádio 98, Alan Domingues, pai de Júlia, comentou sobre a ação no clássico entre América e Cruzeiro."A Julinha vai entrar em campo amanhã, pelo time do América, vai ser uma emoção enorme ver ela entrando ali no Independência. E no domingo não para, né? O Cruzeiro começou, o América, agora vem o Galo, a gente tem uma visita marcada lá essa semana com eles, também a gente tem uma visita na Toca da Raposa. A gente brinca assim, nossa Júlia está estourada.", disse Alan.

Além de entrar na partida, a causa de Julinha foi abraçada pelos jogadores das equipes, que publicaram vídeos em suas redes sociais divulgando a campanha e promovendo novas doações.
"Vai ser uma emoção para nós. Esse momento é importantíssimo pela visibilidade da campanha e da causa, porque, mesmo que nós tenhamos arrecadado R$ 2 milhões, temos R$ 16 milhões pela frente ainda. E essa campanha não pode passar de três, quatro meses."
Não foram só Cruzeiro e América que entraram na rede de apoio. O Atlético também vai ajudar Julinha, que vai entrar com os jogadores no clássico mineiro, no próximo domingo.
"Ela vai entrar no clássico também de Cruzeiro e Atlético, onde vai ter uma ação da Federação Mineira de Futebol, em celebração a fevereiro, que é o mês dos raros. Vão ter só crianças raras entrando", completou.

A história de Julinha
O diagnóstico de Júlia veio no fim do ano passado, logo após o Natal. Para a Rádio 98, o pai de Júlia, Alan Domingues, contou sobre como foi receber a notícia da doença de Júlia.
"Uma vez que saiu esse diagnóstico, nós procuramos os neurologistas, passamos por vários para tentar entender o que que a gente tinha de opção, de solução e todos falaram a mesma coisa: 'a sua filha tem uma doença rara, regressiva e sem cura. É uma doença que vai causar a perda dos movimentos, com o tempo ela estará na cadeira de rodas, ela vai perder a fala, a visão, vai perder a capacidade cognitiva e não há nada que possa ser feito."

Mesmo em um momento de dificuldade, os pais de Júlia se agarraram no sentimento de esperança e buscaram algum tipo de tratamento mundo afora, para poder dar uma vida melhor à sua filha.
"Na ausência de um medicamento, nós pensamos o seguinte: ‘será que não há alguma instituição fazendo testes pelo mundo afora que a gente possa encontrar e encaixar a Júlia como uma paciente teste ou como cobaia?’ Foi aí que eu comecei uma busca desenfreada, mandei mais de 50 mensagens por meio de LinkedIn, de rede social, e-mails para cientistas do mundo inteiro, todos que fizeram algum tipo de publicação sobre CLN7, eu fiz contato", disse Alan

Mesmo com muitas respostas, Alan ainda não tinha uma resposta se seria possível seguir em frente com o tratamento da filha ou se existia alguma forma de chegar em uma cura para Júlia. Mas depois de muita procura, ele conseguiu entrar em contato com o CEO da Elpida Therapeutics, da Califórnia.
A Elpida é uma empresa sem fins lucrativos, e coincidentemente estava com um teste para a CLN-7 parado por conta de falta de verba. Com isso, Alan chegou em um acordo para financiar o restante do teste e fazer o tratamento de Júlia. Porém, o valor chegou em 3 milhões de dólares (R$18 milhões de reais).
"As pessoas me perguntam: 'mas esse valor não te abala, não te assusta?' Não tem mais que me assusta do que eu ter o diagnóstico que minha filha não vai ter, é, não vai passar dos 12 anos de idade", disse Alan.

"Eu posso viver talvez 100 anos, talvez seja um valor que eu nunca vou ter, vou arrecadar. Mas, assim, a gente que é pai, a gente vive pelo filho, a gente faz de tudo e é isso que a gente tá fazendo nesse momento", completou.
A campanha logo foi abraçada pela população de São Domingos do Prata, cidade natal de Alan e da sua esposa Fernanda, onde hoje moram com a filha Júlia. A cidade fez carretadas, blitz solidárias, rifas e vão promover um grande leilão para arrecadar fundos, além de auxiliar na divulgação da campanha.
"Aqui na nossa cidade tem 18.000 habitantes. Então, basicamente, todo mundo conhece todo mundo e as pessoas estão abraçando a campanha como se fosse membro da própria família, sabe? (...) Nós temos várias pessoas assumindo frentes diferentes, pessoas que são do nosso ciclo de amizade, e pessoas que são somente conterrâneos. A já gente arrecadou R$ 2 milhões. Hoje deve fazer aí 10 dias de campanha, e eu desconheço uma campanha que arrecadou tanto em pouco tempo, sabe?", disse.
Toda a divulgação ganhou força por conta dos contatos dos pais e pessoas que abraçaram as causas de Júlia, chegando nos principais clubes de futebol de Minas Gerais, que vão promover a campanha nos clássicos entre América e Cruzeiro e Cruzeiro e Atlético.
"A maioria dos lugares que nossa campanha chegou, sinceramente, foi de contato meu direto. É um amigo que tem um amigo que trabalha em algum lugar, é um amigo que tem um contato", comentou Alan;"Com os clubes foi a mesma coisa, as pessoas conseguiram contatos. Isso é fruto de uma construção de longo prazo, da nossa rede de contatos, da amizade", completou.

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Postado por Rafaela Melo, no dia 05/02/2025 - 20:20


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