Foto: Arquivo Jornal CORREIO
Bairro Triângulo II, em Lafaiete, teve recentemente os seus terrenos regularizados pela prefeitura
Pelo menos 281 pessoas moravam em favelas ou comunidades urbanas em Lafaiete no ano de 2022. É o que revelam os dados do último Censo, divulgados na sexta-feira, dia 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo detalha, há, pelo menos, 115 domicílios em favelas, o que representa 0,2% total registrado na cidade. O percentual de pessoas alfabetizadas que habitam esses espaços é levemente menor: enquanto a média geral no município é de 97,27%, quando se considera apenas essa população, a taxa cai para 90,63%. A idade média dessa população é de 32 anos e o total de mulheres é ligeiramente superior (102 para cada 100 homens). 99,05% dos domicílios possui água encanada dentro de casa.
Os pesquisadores do IBGE consideram favelas e comunidades urbanas localidades com características como insegurança jurídica da posse, ausência ou oferta precária ou incompleta de serviços públicos, padrões urbanísticos fora da ordem vigente e ocupação de áreas com restrição ou de risco ambiental.
O IBGE reconhece como favela, em Lafaiete, as comunidades do Triângulo II (região central) e o Beco Maria da Glória, na região da Barreira. De acordo com os dados, em 2022, havia 57 domicílios no Triângulo II, abrigando 114 pessoas. Mais da metade da população é parda (56,14%) ou branca (28,07%). Os pretos somavam 15,79%. 100% dos domicílios contam com coleta de lixo e banheiro de uso exclusivo. Não há abastecimento de água pela rede geral ou conexão com a rede de esgoto, mas 99,5% das residências possuem água encanada. Não há unidades de saúde ou de ensino no local, mas existe um templo religioso.
O Beco Maria da Glória é o lar de 167 pessoas, que habitam 58 domicílios. 100 deles possuem banheiro de uso exclusivo, conexão com a rede de esgoto e coleta de lixo. 96,36% têm abastecimento de água pela rede geral. Não há unidades de ensino, de saúde ou templos religiosos na comunidade. 53,29% se autodeclararam pardos, 34,13% pretos e 12,57% brancos. A média de idade é de 27 anos e aproximadamente 40% dos moradores possuem 60 anos ou mais.
Favela x aglomerados
Até o Censo anterior, de 2010, o instituto adotava a expressão “aglomerados subnormais” para se referir às favelas. A mudança ocorre 50 anos após o IBGE começar a usar as expressões "aglomerados urbanos excepcionais", "setores especiais de aglomerados urbanos" e "aglomerados subnormais" como o termo principal para se referir a esses locais. A alteração decorre, entre outros fatores, da demanda dos moradores de favelas e comunidades urbanas. Segundo o IBGE, o termo favela está vinculado à reivindicação histórica por reconhecimento e identidade de movimentos populares .
Panorama geral
O Brasil tem 16,390 milhões de pessoas que moram em favelas e comunidades urbanas. Isso representa 8,1% do total de 203 milhões de habitantes no país, ou seja, de cada 100 pessoas, oito vivem nesses locais. A pesquisa apontou que há 12.348 favelas em 656 municípios Brasil afora. Em toda Minas Gerais, são 653 favelas ou comunidades urbanas. Juntas, elas abrigam 739.932 pessoas, morando em 296.016 domicílios, o que representa 3,60% da população do estado.
De forma geral, em termos de acesso ao saneamento não há grandes discrepâncias: o percentual de residências com água encanada é de 98,83%, ou seja, muito próximo dos 98,94%, que são a média geral. Há mais domicílios com conexão à rede de esgoto nas favelas (83,1) que no total de domicílios (80,74%), assim como ocorre com o abastecimento de água pela rede geral (95,58% em favelas e 87,89 no total). A coleta de lixo chega a mais de 97% dessas casas.
O Censo 2022 também mostrou que, em 59 municípios mineiros, parte da população reside em favelas ou comunidades urbanas. Lafaiete é a 51ª em total de habitantes nessa lista, que é liderada por Belo Horizonte (307.729 habitantes), Betim (54.009) e Contagem (4.6791). Com 2.451 moradores em favelas, Barbacena aparece na 24ª posição. Não há outras cidades da região na lista.
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Postado por Rafaela Melo, no dia 25/11/2024 - 18:20