Foto: Álbum de família
A numerosa família prepara uma grande festa para celebrar os 101 anos de dona Maria Emília
101 anos de vida. Uma idade invejável, que será comemorada por Maria Emília de Menezes, no dia 23 de outubro. Nessa data especial, ela não estará sozinha: são 10 filhos (além de outros quatro, já falecidos), 40 netos (outros quatro também já faleceram), 63 bisnetos e 24 tataranetos. Moradora da rua José Gonzaga de Souza, no bairro Santa Cruz, em Lafaiete. Dona Maria Emília tem uma rotina organizada: pela manhã, assiste, diariamente, a missa transmitida pela TV Aparecida. No café da manhã, ainda na cama, um ovo quente não pode faltar. Outro ritual diário é apreciar o quintal, sentada em sua cadeira de balanço. Ali, a centenária lafaietense observa galinhas, calopsitas e os cachorros da casa. Também presta atenção aos pedestres que passam na rua, e sempre tem alguém para conversar. Segundo Maria Emília, a receita de uma vida longa inclui o amor pela família e as bençãos de Nossa Senhora e de Nosso Senhor Jesus Cristo. Sua filha, Ivete Menezes, ressalta a felicidade de tê-la com saúde: “apesar de tantas dificuldades, perdas e tristezas pelas quais já passou, minha mãe é feliz, amável, às vezes ranzinza, mas acolhedora e muito lúcida. Uma de suas maiores alegrias é ter os tataranetos nos braços. É gratificante ver as gerações se sentirem orgulhosas por estarem com ela; é uma festa em família”, ressalta.
Filha de escrava com capitão do Mato, e sendo a filha mais velha de três irmãs, Maria Emília começou a trabalhar muito nova, na roça, plantando e ajudando nos afazeres domésticos, desfiando palha para fazer colchões, recebendo em troca alimentos, cadernos e alguns móveis. Foi emancipada para trabalhar na Companhia Atum (que depois veio a ser a Companhia Siderúrgica), onde atuava na separação e limpeza do minério. Com muito esforço, comprou um terreno e construiu uma casinha de pau a pique e sapê, onde viveu por muitos anos, no século passado.
Perto dos 101 anos, essa senhora batalhadora continua tendo muita fé, paciência e sabedoria para aceitar a vida, “do jeito que Deus quiser que seja”. Mas sem abrir mão de alguns prazeres, como “tomar uma pinga, comer feijoada, churrasco, cantar e dançar”, relata. A data especial já foi celebrada com uma missa, a cargo do padre Rogério. Já a festa, reunindo a grande família e muitos amigos, será no dia 23, animada pela "banda do Nono", um pedido de dona Maria Emília.
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 19/10/2024 - 12:20