Foto: TopMicrobialStock
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou nessa quarta-feira, 16 de outubro, quatro casos do fungo *Candida auris* no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Dois dos pacientes confirmados já receberam alta, enquanto outros dois permanecem internados. O estado de saúde desses pacientes não foi divulgado. Outros 24 casos suspeitos estão em análise no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), ligado à Fundação Ezequiel Dias (Funed).
O *Candida auris*, conhecido como "superfungo", é considerado uma ameaça grave à saúde pública devido à sua alta resistência a medicamentos antifúngicos. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), a taxa de mortalidade entre os infectados pode chegar a 60%, uma vez que a maioria dos casos ocorre em pacientes hospitalizados, já com a saúde debilitada.
A SES-MG alerta que o fungo tem alta capacidade de transmissibilidade e coloniza rapidamente tanto a pele dos pacientes quanto o ambiente hospitalar. Por isso, medidas de isolamento e protocolos de segurança rigorosos estão sendo adotados para proteger outros pacientes e profissionais de saúde. A secretaria reforça a importância de prevenir o contato com casos suspeitos, mantendo os leitos isolados e sob vigilância sanitária constante.
Histórico e contexto
O Candida auris foi identificado pela primeira vez como causador de infecções em humanos em 2009, no Japão, e desde então tem se espalhado por diversos países, sendo uma preocupação crescente entre as autoridades de saúde. No Brasil, o primeiro caso foi registrado em Salvador, em 2020, durante a pandemia de COVID-19, que, segundo especialistas, pode ter facilitado a disseminação do fungo em ambientes hospitalares devido à superlotação e ao uso intensivo de medicamentos.
Em Minas Gerais, o primeiro caso foi notificado em 2021. Desde então, 129 suspeitas de infecção pelo fungo foram investigadas, mas todas descartadas, até a confirmação dos quatro novos casos em Belo Horizonte. A SES-MG permanece em alerta, monitorando de perto a situação e reforçando a necessidade de seguir protocolos rigorosos de controle e prevenção em ambientes hospitalares.
O Candida auris representa um desafio particular para o sistema de saúde devido à sua resistência às principais classes de medicamentos antifúngicos, como polienos, azóis e equinocandinas. Sua detecção requer métodos laboratoriais específicos, já que a espécie pode ser facilmente confundida com outras leveduras, como *Candida haemulonii* e *Saccharomyces cerevisiae*.
Com a alta taxa de mortalidade e dificuldade de tratamento, as autoridades de saúde recomendam máxima atenção às medidas de prevenção, especialmente em hospitais, onde o fungo pode se espalhar rapidamente em pacientes vulneráveis.
Ações em andamento
O Hospital João XXIII, em conjunto com a SES-MG, está implementando todas as medidas de controle e manejo necessárias para conter a disseminação do fungo. Além do isolamento dos leitos com casos confirmados e suspeitos, o hospital está reforçando os protocolos de higiene e segurança sanitária para garantir a proteção de todos os pacientes e profissionais de saúde.
fonte: Estadão
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Postado por Nathália Coelho, no dia 17/10/2024 - 17:20