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Caso de menino que matou 23 animais levanta debate sobre diagnósticos de psicopatia em crianças



reprodução internet


 

Na cidade de Na Fátima, no Paraná, o chocante caso de um menino de 9 anos que matou 23 animais em um hospital veterinário ao longo de 40 minutos gerou uma onda de indignação nas redes sociais nesta terça-feira (15). As cenas de violência contra coelhos e porquinhos-da-índia foram filmadas e admitidas pela criança, levando muitos a questionarem: seria este um caso de psicopatia?

De acordo com a psicóloga Cristiane Nogueira, coordenadora da Comissão de Orientação em Psicologia de Emergências do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), é importante esclarecer que não é possível diagnosticar psicopatia ou Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA) antes dos 18 anos. Isso porque crianças e adolescentes ainda estão em pleno desenvolvimento biológico, psicológico e social. A psicopatia, que é um transtorno de personalidade, só pode ser identificada em adultos, através de um processo cuidadoso conduzido por profissionais de saúde, como psiquiatras e psicólogos clínicos.

Segundo Cristiane, o mais indicado no caso ocorrido no Paraná não é buscar um diagnóstico imediato, mas sim oferecer um acompanhamento multidisciplinar e contínuo para a criança. “A primeira ação é proteger a criança da exposição midiática e evitar julgamentos precipitados”, destaca. Ela explica que esse tipo de situação requer uma análise psicossocial detalhada, realizada por uma equipe formada por psicólogos, assistentes sociais, médicos e educadores.

Muitas vezes, o público busca respostas rápidas e simples para eventos complexos, como destaca Cristiane. “Estamos vivendo um frenesi cultural com séries e filmes norte-americanos sobre psicopatas e serial killers, o que acaba distorcendo nossa visão sobre a realidade. Há uma confusão entre o que é arte e o que é a vida real. Além disso, temos o problema do excesso de diagnósticos. Hoje, é comum as pessoas buscarem respostas na internet e associarem sinais isolados a transtornos graves”, reflete a psicóloga.

O caso do menino no Paraná é um exemplo claro da complexidade do comportamento humano e da importância de uma abordagem cautelosa e científica. Como Cristiane aponta, “não podemos ceder ao imediatismo e apontar causas sem o devido estudo e investigação técnica”. Para ela, é essencial que o acompanhamento da criança seja feito com seriedade, para que sua saúde mental e desenvolvimento social sejam adequadamente cuidados.

fonte: O Tempo




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Postado por Nathália Coelho, no dia 16/10/2024 - 18:20


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