Produtos como detergente, desinfetante, álcool, cloro e cera são amplamente utilizados para higienização de ambientes, porém, seu uso incorreto pode acarretar graves riscos à saúde. Muitos consumidores costumam combinar esses itens de forma indiscriminada, muitas vezes baseados em receitas caseiras, o que pode resultar em reações adversas, como alergias ou intoxicações.
A coordenadora de Cosméticos e Saneantes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Renata Stehling Reis, alerta sobre os perigos da mistura aleatória de produtos de limpeza. "É fundamental seguir as instruções do fabricante, tanto no manuseio quanto na diluição. A interação de certos componentes pode causar irritações, intoxicações e até queimaduras", ressalta.
Além disso, ela frisa a importância de adquirir apenas produtos devidamente regularizados. “Todo saneante deve conter no rótulo informações essenciais, como o nome da empresa, componente ativo, lote e validade. Produtos sem essas informações são irregulares e não devem ser comprados.”
Karla Albino, coordenadora de Garantia da Qualidade de uma empresa de produtos de limpeza em Belo Horizonte, destaca o rigor no controle de qualidade durante a fabricação de saneantes, especialmente no caso do álcool, que apresenta alto potencial de risco. “Implementamos procedimentos de controle desde a produção até a verificação final, garantindo que o cliente tenha acesso a todas as informações sobre o uso seguro do produto”, explica.
Além do manuseio correto, é necessário cuidado no armazenamento. Produtos de limpeza, que muitas vezes possuem embalagens atraentes, podem ser perigosos, especialmente para crianças. Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que, em 2023 e no primeiro semestre de 2024, foram registrados 145 casos de intoxicação acidental com produtos domiciliares em crianças de 1 a 4 anos. Acidentes também ocorrem com adultos, em sua maioria, devido ao uso incorreto ou mistura inadequada de componentes.
A Vigilância Sanitária atua na fiscalização de fábricas e no comércio de saneantes para garantir que os produtos estejam em conformidade com as normas. A coordenadora Renata Stehling reforça que o consumo de produtos clandestinos, como aqueles vendidos sem identificação por ambulantes, é altamente perigoso. "Esses produtos não passam por qualquer controle de qualidade e podem representar sérios riscos à saúde."
Qualquer pessoa pode denunciar irregularidades envolvendo saneantes, seja por meio da Ouvidoria-Geral do Estado de Minas Gerais ou diretamente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em casos de reações adversas, é essencial lavar a área afetada e procurar auxílio médico. Empresas regularizadas também oferecem suporte ao consumidor para investigar incidentes.
O uso consciente e seguro de produtos de limpeza é crucial para evitar acidentes e garantira saúde de todos.
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 08/09/2024 - 16:50
