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Região


Incêndios dobram no Alto Paraopeba

Em 2024, já foram mais de mil ocorrências; falta de chuvas e irresponsabilidade humana intensificam o inferno na terra



Foto: Edmilson Dutra

Grande parte dos incêndios é provocada intencionalmente pelo ser humano, o que configura crime ambiental

 

 

Um grave problema, que atinge grande parte do país, também é motivo de preocupação em Lafaiete e região. Trata-se das queimadas, que, este ano, parecem estar ainda mais intensas. Nossa Reportagem conversou com o tenente e comandante da Cia. dos Bombeiros, Daniel Luiz Rodrigues Guimarães, que confirmou a grande incidência de focos: “Até o momento, atendemos a 1.175 incêndios em 2024. No ano passado, nesse mesmo período, havíamos combatido 556 incêndios. O número é praticamente o dobro”, revelou.

Diante de uma questão tão grave, que ameaça o meio ambiente, os animais e até mesmo as pessoas, causa revolta o fato de que muitos casos poderiam ser evitados: “o ser humano representa a principal causa dos incêndios. São pessoas que intencionalmente ateiam fogo em vegetação seca, com a intenção de fazer limpeza de suas terras”, afirmou.

De acordo com o comandante Guimarães, o fogo também se alastra graças à irresponsabilidade ou imprudência daqueles que fazem fogueiras e não as apagam, ou de quem joga restos de cigarro nas margens das estradas. Também há incêndios que têm causas naturais, como raios, mas esses são menos comuns.

Diante desse quadro, o militar lembra: “nesse período de estiagem, já sofremos com baixa umidade relativa do ar, falta de chuvas, vegetação desidratada e fortes ventos. Todos esses fatores combinados agravam os incêndios florestais e trazem impactos severos, até mesmo em relação aos mananciais hídricos.  

De acordo com Daniel Luiz, felizmente, todas as ocorrências atendidas em Lafaiete tiveram final feliz, com a rápida contenção das chamas. Entretanto, as perdas são evidentes, com muitos trechos destruídos e tomados pelas cinzas: “cobrimos 21 municípios, desde Capela Nova a Carandaí, passando por Itaverava até Piranga, Que­lu­zito, Casa Grande, Jeceaba, além de Lafaiete, Congonhas, Ouro Branco e demais cidades dessas regiões. O trecho entre Ouro Branco e Ouro Preto está sendo devastado. Ti­ve­mos ocorrência no local onde foi necessário o emprego de aeronaves e mais de 100 agentes, entre militares e brigadistas. Em Moeda, na semana passada, também tivemos um incêndio de grandes proporções”, lamentou.

O comandante explicou que, neste ano, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais está passando por uma reestruturação do sistema de combate a incêndios florestais: “estamos recebendo reforços e atualizações. En­tretanto, a colaboração da população é fundamental. Toda ajuda é bem-vinda. Orientamos que todos evitem atitudes que possam causar incêndios ou elevar os riscos: nunca utilizar fogo para limpeza de terrenos; não jogar pontas de cigarro no chão; apagar fogueiras. Todas essas dicas devem ser levadas em consideração”, ressalta. 

O acionamento garante a rápida mobilização das equipes e minimiza os prejuízos. Vale lembrar que, segundo a Lei Federal 9.605/98, que tipifica os crimes ambientais, provocar incêndio em mata ou floresta é crime, com previsão de pena de reclusão de 2 a 4 anos, além de multa.

Os bombeiros devem ser acionados, através do telefone 193, sempre que for identificado o fogo em vegetações.

 




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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 07/09/2024 - 11:03


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