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Garoto com autismo sobe ao palco e mostra que a dança não impõe barreiras



Foto: Divulgação

Segundo a mãe, a vontade de participar partiu de Miguel, que sempre chorava e pedia para acompanhar sua irmã

Arte, inclusão e muito talento. Essas foram as impressões deixadas pela Amostra do Festival de Inverno do Studio Kênia Najmah, realizada no Teatro Municipal de Lafaiete, no sábado, dia 03. Pela primeira vez, o evento contou com a apresentação de um menino autista. Miguel José Pires do Vale, de apenas cinco anos, encantou o público, com muita sensibilidade.
Orgulhosa, a mãe de Miguel, Aline Caroline, falou à nossa reportagem. Segundo ela, foi a estreia do garoto no festival: “A vontade de participar partiu dele, que sempre chorava e pedia para acompanhar sua irmã, Vi­toria Maria Pires do Vale, de sete anos. O pai, Bruno, perguntou à professora se ele poderia fazer as aulas e Kênia fez o convite para a apresentação”, relatou.
Após seis meses de aulas de dança, Miguel se preparou e subiu ao palco: “Descobri há dois anos que Miguel tem autismo, suporte nível 1, através da Escola Municipal Professora Avelina de Noronha, onde as professoras perceberam alguns comportamentos dele. Fui orientada a procurar profissionais e, atualmente, ele faz Terapia Ocupa­cional, sessões de Psicologia e recebe a devida medicação”, contou.
De acordo com Aline, o ballet surgiu na vida do filho como algo muito positivo, que está mudando sua vida para melhor: “Percebo que ele está mais concentrado e tem se dedicado muito à dança. Está sendo muito bom, inclusive, para a convivência de Miguel com as outras crianças, que o receberam de braços abertos. Agradeço por essa oportunidade. É importante quebrar o preconceito a respeito de meninos no ballet”, considerou.
A professora Kênia Najmah Freitas, que dirige o Studio de Danças, assistiu, orgulhosa à apresentação do mais novo aluno: “incentivado pela participação da irmã, Miguel começou a frequentar as aulas. Desde o primeiro dia, ele se mostrou um excelente aluno, dedicado e feliz por estar fazendo o que sonhava. Miguel foi calorosamente recebido pelo grupo de crianças; sua presença enriqueceu o grupo e foi vista como algo natural. Acredito que quando as crianças têm pais que valorizam a arte, veem nela uma forma de crescimento e valorização humana, sem preconceitos, como é o caso dos pais de Miguel, Aline e Bruno”, avaliou.
Kênia destacou a importância da dança: “Assim como nos adultos, a dança para crianças previne uma série de doenças físicas e mentais, podendo ser usada como meio de tratar outras enfermidades. Além dos benefícios em relação a habilidades físicas e ao desenvolvimento intelectual infantil, cria integração social e memórias afetivas, fortalecendo vínculos. Como professora de ballet do Miguel, sinto-me privilegiada por fazer parte de seu processo de desenvolvimento na dança. Espero que mais famílias sigam o exemplo de Aline e Bruno, que incentivam o desejo do seu filho, quebrando as barreiras do preconceito, concluiu.




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Postado por Rafaela Melo, no dia 16/08/2024 - 09:20


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