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Comunidade


Mãe quer esclarecer morte de menina de 5 anos em Congonhas

“O socorro não foi prestado a tempo”, alega Raquel, que pede apuração dos fatos ocorridos no hospital Bom Jesus, em Congonhas



Foto: Álbum de família

“Ela era minha alegria diária”, lamentou Raquel; família prepara manifestação para cobrar apuração do caso

A morte de uma garotinha de apenas 5 anos, na Vila Condé, em Congonhas, causou comoção em toda a região. Lívia Carolina de Paula morreu no sábado, dia 6, no hospital Bom Jesus. Muito abalada com a situação, a família da menina acusa a unidade hospitalar de negligência médica. O Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina (CRM) já foram acionados e devem apurar o caso.
A mãe de Lívia, Raquel Lorena Condé de Lima, conversou com nossa Re­por­tagem. Ela relatou que, na noite de quinta-feira, 4 de julho, Lívia estava com seu irmão, de 12 anos, quando pediu ajuda para sair de um baú, onde estava brincando: “Ela não estava conseguindo levantar a perna para sair; o irmão a pegou, como de costume, e estava tudo certo. No dia 5, pela manhã, ela acordou reclamando de muitas dores na região do braço, mas não tinha inchaço, não tinha edema, era somente uma restrição de movimento e ela também estava gripadinha”, lembrou.
Segundo a confeiteira, Lívia foi avaliada por uma médica, que considerou, em um primeiro momento, tratar-se de um mau jeito: “Ela deixou um encaminhamento, para que, em caso de inchaço ou piora da dor, fôssemos para o hospital Bom Jesus. Mais tarde, observei um pequeno inchaço. Demos entrada no Bom Jesus após as 18h e ela foi atendida por um ortopedista, às 19h30. Com base em um raio x, o médico disse tratar-se de uma luxação, ‘nada preocupante’, e orientou que retornasse para a casa e desse remédio para dor”.
Já em casa, Raquel percebeu que sua filha sentia dores, que foram piorando: Na madrugada, ela começou a gritar de tanta dor; constatei que o inchaço já se concentrava no peito. Quando toquei, ela já estava muito gelada e com os lábios roxos. Voltamos à UPA, onde já aparecia uma mancha roxa na região da clavícula. A UPA tentou contato com o hospital, para uma transferência, mas o Bom Jesus teria informado que não poderia receber minha filha, pois o ortopedista estava em cirurgia. Entramos na UPA por volta das 4h; a ambulância chegou por volta das 6h15 e entramos no hospital às 6h17. O médico desceu às 7h20, com as vestimentas amarrotadas, cabelo bagunçado, olhos remelentos; estava nítido que ele estava dormindo, e quando viu a gravidade do caso, pediu para subir com a menina para a tomografia”, lembrou.
Já em estado grave, Lívia foi transferida para a sala vermelha, de onde não retornou: “Já foram rasgando as vestes dela, fazendo monitoramento. Daí juntou psicólogo, pediatra, o qual prestou todo atendimento. Ele foi muito atencioso com minha filha. Foi esse pediatra, dr. Marcílio, que pediu a transferência dela para o hospital João XXIII. Já o ortopedista não quis assinar o atestado de óbito, só assinou quando o laudo da morte ficou como indeterminado”, alegou.
Segundo Raquel, o caso foi registrado na promotoria e no CRM de Belo Horizonte: “vamos fazer uma manifestação pacífica na sexta-feira, dia 12, pedindo justiça. Estamos aguardando o resultado da autópsia para sabermos o que realmente aconteceu. O socorro não foi prestado a tempo. Lívia estava com uma fratura e o próprio osso obstruiu a artéria, provocando uma trombose. O raio x estava nítido. Se a trombose foi a causa da morte, por que no laudo de óbito não consta isso?”, questionou. “A última lembrança que tenho da minha filha é rindo, correndo, brincando. Ela adorava cantar, era muito cativante e encantava a todos. Era minha alegria diária e minha motivação”, lamentou.
A manifestação organizada pela família ocorrerá no dia 12, em frente à Prefeitura de Congonhas. Os manifestantes estarão vestidos de branco, com camisas estampando a foto da pequena Lívia.

Hospital se manifestou
Em nota divulgada à imprensa, a Associação Hospitalar Bom Jesus informou que, “lamentavelmente, no dia 06/07/2024, ocorreu o óbito da menor LCCDP. Visando à transparência e responsabilidade de suas ações, o hospital buscou averiguar todas as informações sobre os atendimentos realizados à paciente, nos dias 5 e 6 de julho. Essa prévia apuração demonstrou que toda a assistência foi prestada de forma imediata à paciente, conforme comprovam as imagens do circuito interno de segurança da unidade”. Por fim, o hospital lamentou a trágica ocorrência: “Lamentamos profundamente a perda de uma criança de apenas 5 anos de idade e nos solidarizamos com a família. Ressaltamos a importância de uma apuração completa dos fatos, que ocorrerá por meio da avaliação da Comissão Interna de Óbitos e do laudo do Instituto Médico Legal do Estado de Minas Gerais”.




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Postado por Rafaela Melo, no dia 23/07/2024 - 13:20


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