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Polícia


A cada mês, pelo menos 5 idosos sofrem violência em Lafaiete

Dados comprovam essa triste realidade; saiba identificar possíveis abusos e veja como denunciar



Foto: Freepik


 

A coordenadora do CREAS explica que é importante saber identificar os indícios de violência, até mesmo para que os abusos sejam denunciados

 

 

A violência contra os idosos representa uma triste realidade, que precisa ser combatida. Neste mês, em que o dia 15 foi dedicado, mundialmente, à conscientização da violência contra a pessoa idosa, é importante lembrar que Lafaiete conta com um importante programa: o Fluxo de Atendimento às Vítimas de Violência. De acordo com a assistente social Franciele Gon­çal­ves Moreira, que coordena o Centro de Referência Espe­cia­lizado de Assistência Social (Creas), o programa contempla os casos de violência contra a pessoa idosa e também possibilita que as denúncias possam ter o devido encaminhamento.

Recebida a denúncia, os órgãos recorrem à rede de atendimento à pessoa idosa (com serviços socioassistenciais e de saúde, entre outros), para o acolhimento da demanda: “Cada órgão tem suas tratativas internas para esse procedimento. Contudo, quando o Creas, que é vinculado à Se­cre­taria Municipal de Desen­volvimento Social, toma conhecimento de suposta situação de violação de direitos envolvendo pessoa idosa, verifica se os órgãos de garantia de direitos já foram notificados. Orienta os familiares e tem início o acompanhamento do caso. Esgotadas as atribuições das unidades de apoio social, acionam-se os órgãos de garantia de direitos”, completa.

Segundo Franciele Moreira, o Creas contabilizou, entre 2022 e 2023, 82 casos de violência contra idosos em Lafaiete. Os dados mais recentes apontam que, entre março de 2023 e março de 2024, já foram registradas 68 ocorrências. Evi­­den­ciou-se, ainda, a queda de 20,5% de atendimentos no setor, nos últimos 12 me­ses. En­tre­tanto, isso não significa, ne­cessa­ria­mente, queda no número de agressões, já que muitas situações podem não estar sendo denunciadas: “É necessário que solicitemos os dados que chegam à delegacia e também a outros órgãos da rede de atendimento, evitando a subnotificação”, lembra.

“Observando os atendimentos do Creas, verifica-se que a violência contra o idoso, em sua maioria, ocorre no âmbito intrafamiliar, ou seja, dentro da própria família da vítima. Muitas vezes, essa violência está relacionada a uso de substâncias psicoativas naquele núcleo familiar, em um contexto de enfermidade do idoso e de dificuldades financeiras”, alerta.

A coordenadora do Creas ex­plica que é importante saber identificar os indícios de violência, até mesmo para que os abusos sejam denunciados: “Para compreendermos uma situação de suspeita de violência contra a pessoa idosa, é necessário avaliar múltiplas dimensões. Há alguns indicadores, de acordo com o manual da Rede de Atenção à Pessoa Idosa em Situação de Violência, como quedas e lesões inexplicáveis; prescrições excessivamente repetidas ou mau aproveitamento da medicação; evidência de padrões precários de higiene; passividade, retraimento ou depressão crescente da possível vítima. Retiradas de dinheiro que são incomuns ou atípicas do idoso; atividade suspeita em conta ou no cartão de crédito também podem ser indícios de abuso”, enumera.

Por fim, a assistente social reforça que é essencial acionar a Polícia Civil, em casos de suposta violência ou violação: “Trata-se do órgão que detém a competência técnica para investigar a veracidade dos fatos, assim como a Polícia Militar, que providenciará a ocorrência ou ação necessária para atendimento da denúncia. Diante da experiência adquirida nos acompanhamentos desse público, entendemos que a principal dificuldade para a detecção desses casos é justamente por ocorrerem, em sua maioria, no âmbito doméstico. A sociedade precisa se movimentar, cuidando das pessoas idosas e garantindo sua convivência familiar e comunitária”, conclui. Além de Fran­ciele Moreira, o Creas de Lafaiete conta com os seguintes técnicos de referência da pessoa idosa: a advogada Elidiane Cristina Souza Vasconcelos e as assistentes sociais Gabriela dos Santos Silva e Raquel Durso Matos.

qAs denúncias podem ser realizadas na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (que atende também os casos de violência contra crianças e adolescentes e pessoas com deficiência), no Ministério Pú­bli­co, por meio dos canais de denúncia anônima – Disque 100 e Disque 180, e também no Creas, rua Barão de Suassuí, 359A, Santa Efigênia Telefone: (31) 3764-9805 - Ramal 1047. Email: [email protected].




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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 30/06/2024 - 14:20


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