Foto: Stock/Ziviani
Um dos maiores modais de transporte no mundo, o carro ocupa um lugar central nas ruas brasileiras. Uma vez que muitos dos projetos urbanísticos das cidades e metrópoles brasileiras tenham colocado no carro o papel principal – como o Plano de Avenidas de São Paulo, ainda em meados do século XX –, o transporte individual ganhou uma grande projeção a nível nacional desde que o primeiro automóvel desembarcou por aqui.
O Brasil sempre foi um país que priorizou o transporte individual: um símbolo de status pessoal e também um sinônimo de liberdade. A instalação das grandes montadoras em território nacional impulsionou esse sentimento, através da propaganda, por exemplo. Logo, os carros passaram a ser um bem necessário para a locomoção, além de ganhar um lugar no coração dos brasileiros.
Carro é preferência do brasileiro
Os dados corroboram com isso. Estudo feito pela Mobility Consumer Index, em 2023, mostra que 88% dos brasileiros preferem usar o carro todos os dias, seja para trabalhar ou para ir estudar. E, ainda que o preço não seja o mais acessível e o verdadeiro carro popular tenha perdido lugar para os SUVs, as vendas seguem ainda muito boas e lucrativas para a indústria automobilística.
Sai o carro popular, entra o SUV
Ainda que mais caros, seu valor acaba compensando frente ao volume. Entretanto, os carros mais baratos ainda possuem boa saída. Os carros de entrada lideram os rankings de venda mensais, somando-se aos mais de 60 milhões de carros nas ruas brasileiras. Porém, ainda que vendam bem, a média de idade da frota ainda é alta. Os carros nacionais estão sendo usados por cerca de 10 anos, devido a uma renovação de frota que não acontece.
Frota permanece ainda envelhecida
Para George Rugitsky, diretor de economia do Sindipeças, um dos motivos para isso seria a isenção de IPVA para carros antigos, por exemplo. Este seria um incentivo financeiro para se manter um carro mais velho. Para Rugitsky, carros mais velhos poluem mais e são mais propensos a quebrar, inclusive no trânsito, causando acidentes e engarrafamentos.
E, ainda que menos pessoas troquem de carro, o número de automóveis no país aumentou mais de 300% em cerca de 20 anos. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea. Para os pesquisadores, um incremento de renda durante as décadas de 2000 e 2020 e poucas políticas públicas que incentivem o transporte coletivo podem estar por trás desse salto.
Outro fator que contribui para o aumento de carros em rotatividade são as várias formas de adquirir um novo veículo. Além da facilidade de pagamento, há possibilidade de comprar carros em leilão ou até mesmo um seminovo que esteja sendo anunciado.
Carros têm papel importante na renda do trabalhador
Outra explicação para o crescimento do modal é a maior utilização do carro como fonte de renda. Esse movimento também vai na direção do uso do transporte individual, em contrapartida ao transporte coletivo, que recebe menos incentivos.
Um maior uso do modal individual pode ser um problema para as cidades, uma vez que muitas ruas e avenidas já não comportam o tráfego intenso. Soma-se a isso a poluição gerada pela emissão de gases da queima de combustível, principalmente dos carros mais antigos. Contudo, os carros seguem sendo importantes para o transporte da população, e isso é algo que não deve mudar em curto prazo.
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Postado por Sônia da Conceição Santos, no dia 19/05/2024 - 12:30