Foto: arquivo jornal CORREIO
O aposentado João Lúcio afirma que a luta contra o etarismo é uma responsabilidade de todos nós
O Brasil enfrenta um desafio preocupante em relação à discriminação contra pessoas idosas. O etarismo, como é conhecido, pode se manifestar de diversas formas, e fica evidente tanto no mercado de trabalho quanto nas interações cotidianas - incluindo o ambiente digital. Em Lafaiete, por exemplo, pessoas com 65 anos ou mais representam 12,15% da população. São 15.987 pessoas, segundo o Censo 2022.
A Associação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Conselheiro Lafaiete (AAPICL) tem desempenhado um papel fundamental na luta contra o etarismo. Através de ações educativas, conscientização e participação ativa em órgãos como o Conselho Municipal da Pessoa Idosa, a associação busca enfrentar e combater os diversos tipos de discriminação e preconceito enfrentados pelos idosos em Lafaiete.
Geraldo Heleno Lopes, um dos membros da AAPICL, destaca que a associação tem conhecimento de casos de violência física, emocional, financeira e de saúde enfrentados pelos idosos na região, e tem atuado para enfrentá-los e combatê-los. Além disso, a associação reconhece a necessidade de investimentos em políticas públicas voltadas para a gerontologia e geriatria, visando garantir o acesso dos idosos aos serviços de saúde em Conselheiro Lafaiete.
“No que diz respeito à inclusão dos idosos no mercado de trabalho local, ressaltamos a falta de políticas públicas direcionadas para esse grupo, o que muitas vezes leva os idosos a buscar empregos por conta própria. Quanto ao papel das políticas públicas no combate ao etarismo, enfatizamos a importância da educação e valorização da pessoa idosa como forma de combater esse fenômeno”. Além disso, a AAPICL destaca a necessidade de uma cidade mais inclusiva, especialmente em termos de acessibilidade e mobilidade urbana, para garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos.
Respeito e dignidade
“A luta contra o etarismo é uma responsabilidade de todos nós!” - é o que afirma João Lúcio de Carvalho, 69 anos. Para ele, este é um desafio social persistente e prejudicial que afeta tanto jovens quanto idosos. “Essa forma de discriminação tem graves implicações para a inclusão social e o bem-estar econômico, criando um ambiente hostil especialmente para os mais velhos”, alerta.
“O etarismo perpetua estereótipos negativos, impede a participação ativa e produtiva das pessoas mais velhas e contribui para a exclusão social e o isolamento. Além disso, limita o acesso a valiosas contribuições e experiências que as pessoas idosas podem oferecer em diversas áreas da vida”, comenta João Lúcio.
Ainda segundo a opinião de João, algumas crenças fortalecem esses preconceitos já que versam sobre premissas que não são verdadeiras, como: ‘Os idosos não podem trabalhar; as pessoas mais velhas são todas iguais, possuem saúde debilitada; os idosos são frágeis; não conseguem resolver suas necessidades básicas, os mais velhos nada têm a contribuir’.
Faça a sua parte
Se presenciar atos de preconceito etário, não fique em silêncio. Denuncie, intervenha e apoie a vítima. O Conselho do Idoso em Lafaiete fica na rua Quincas Alves, 353, no bairro Manoel de Paula. Mais informações podem ser obtidas no (31) 99239-6827.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 12/05/2024 - 14:20