foto: Aquiles Trevizani
R$50 milhões. Esse é o valor estimado pela prefeitura de Lafaiete para resolver o problema do asfalto nas principais avenidas e entradas da cidade. Em entrevista exclusiva, ao Jornal CORREIO, o prefeito Mário Marcus reafirmou o que já se imaginava: o município não tem esse recurso disponível. No entanto, pela primeira vez, o chefe do Executivo apontou um caminho possível. Segundo revela, um projeto de lei foi enviado à Câmara, solicitando a autorização para que o município contraia esse crédito junto às instituições financeiras para realizar esse serviço:
“Temos uma planilha pronta, com o levantamento do que precisamos para substituir todo asfalto, fazendo um fresamento e uma nova pavimentação nas principais avenidas e entradas da cidade. O custo foi estimado em, aproximadamente, R$ 50 milhões. A nossa proposta seria contratar uma empresa para realizar o serviço de pavimentação com uma garantia de 5 anos. Assim, os pagamentos do empréstimo seriam feitos com a própria economia dos serviços de tapa-buracos”.
O problema é, como se trata de um ano eleitoral, ainda que a Câmara aprove, a prefeitura não poderá contrair o empréstimo em 2024. Assim, a tarefa vai ficar para o próximo prefeito, ou prefeita. Caberá ao novo gestor decidir se este é o melhor caminho para substituir todas as principais vias de Lafaiete”, detalhou Mário Marcus.
Avaliando a situação de momento, o prefeito afirmou que o cronograma da operação tapa-buracos corre dentro do previsto: “Estamos finalizando o período de chuvas, quando a incidência de buracos nas vias públicas aumenta. Nós sabemos que o asfalto das principais vias da cidade está em condições precárias. Quando temos uma chuva mais forte, partículas de asfalto se soltam e surgem os buracos. Por isso, a Secretaria de Obras realiza um trabalho constante, sempre dando prioridade às principais vias de acesso aos bairros”, afirma.
Salgando carne podre
Se as ações de tapa-buracos são constantes, não é exagero nenhum dizer que as reclamações também são. Com recursos limitados, as equipes se limitam a cobrir com lama asfáltica as crateras que surgem, especialmente nos períodos de chuva. O problema é que esse material é jogado em malhas asfálticas antigas, que não suportam mais reparos, ou até recentes, mas que foram feitas sem o devido preparo, em ruas sem meio-fio, sem redes para captação de água pluvial e até mesmo em cima da terra, sem camadas de rochas e que evitariam que a umidade alcançasse o revestimento.
Assim, é comum que um bairro espere meses – ou até anos – pelo serviço, e o veja ir por água abaixo na primeira estação de chuvas, repetindo a lógica de que ‘pano velho não aguenta remendo novo’. Insatisfeito com essas situações, leitores do Jornal CORREIO sempre fazem seus relatos e cobram ações da PMCL por meio da coluna ‘Qual é a sua denúncia?’. Uma das queixas mais recentes foi feita por Wellington A. Cardoso:
“A situação das ruas em Lafaiete é deplorável. Aliás, faltam adjetivos para descrever. Seja nos bairros Cachoeira, São João, Santa Matilde ou Rochedo, crateras abertas há meses continuam a ser um transtorno aos moradores”, lamenta.
Ainda segundo o leitor, a situação se agravou nos últimos 4 meses: “A rua Barão de Pouso Alegre mais parece a Faixa de Gaza após bombardeios constantes do exército israelense pelas crateras largas e profundas, que estouram pneus, arrebentam as ponteiras de direção, os amortecedor e borrachas dos veículos”, lista o reclamante, que também cita a Copasa entre os responsáveis: “O trabalho que a concessionária de água faz é precário, obsoleto. Creio eu que utilizem materiais de péssima qualidade, porque o serviço não dura uma semana. E a prefeitura municipal é omissa! Conversei com uma vereadora e um vereador. Ambos me disseram que fizeram a comunicação à Secretaria responsável, mas nada foi feito até o momento. Impossível trafegar por aqui. Estamos de olho e não vamos nos esquecer disso na hora das eleições”, conclui.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 23/04/2024 - 19:20