foto: Daniel Silva
A celebração da Semana Santa, motivo de fé e orgulho de milhões de pessoas, de várias religiões, movimenta as cidades da região e mostra que a época é de reflexão e acolhimento, sobretudo nas desigualdades sociais enfrentadas pelo Brasil. A própria Campanha da Fraternidade de 2024 chama a atenção para esses temas, que sofreram um baque após a pandemia da Covid-19.
Se já era difícil tratar questões desiguais e preconceituosas antes da pandemia, após esse período trágico vivido pela humanidade, a situação piorou sobremaneira, a ponto de as pessoas mal se cumprimentarem pelos aplicativos de mensagens. A rotina saudável e humana de visitar os parentes, os amigos e pessoas afins, deu lugar a uma frieza espantosa, agravada também por questões políticos-ideológicas e por conta de campanhas de ódio e fake news nas redes sociais.
Fato é que a Semana Santa, tradicional celebração do povo católico e de outras religiões, é um momento oportuno para reiniciar essa aproximação entre as pessoas, vital para o dia a dia dos humanos. Há de se ressaltar que, além de respeitar o outro, e enxergar nele um semelhante, é preciso acolher, ouvir e entendê-lo, principalmente no que tange às expectativas diversas, crescimento pessoal, profissional e projetos de vida.
É fundamental entender – com as devidas exceções, evidentemente – que o ser humano não escolhe fazer isso ou aquilo. Sua história de vida e, em especial, as oportunidades ofertadas ao longo de sua caminhada, corroboram e determinam o papel a ser desempenhado pela pessoa neste mundo desigual, preconceituoso e machista. Conseguir entender isso é o primeiro passo para descontruir os sentimentos ruins que existem dentro da gente e entender que cada um é cada um, e que as histórias de vida de cada indivíduo pertence a ele e nós só teremos acesso a isso, quando tivermos tempo para ouvir, acolher e tentar entender o que se passa com o outro.
Não será, portanto, com o aparelho de celular e nem tampouco via redes sociais que vamos nos reagrupar enquanto seres humanos. A Semana Santa, com seus sermões, procissões, homilias e discursos, acerta em cheio a ferida humana, que insiste em não cicatrizar. É preciso curar essa ferida e a semana maior é ponto de convergência para o pontapé inicial.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 02/04/2024 - 20:20