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Comunidade


A cada 2 dias, uma mulher, vítima de violência, pede socorro em Lafaiete

Atendimentos são feitos, gratuitamente, no Centro de Referência da Mulher (CRM), que ofecere acompanhamento socioassistencial e psicológico, acolhimento e orientação jurídica, entre outros



Foto: arquivo jornal CORREIO


A cada dois dias, uma mulher pede ajuda no Centro de Referência da Mulher “Matilde da Silva Cruz”. Inauguarada no dia 8 de março de 2022, a unidade já cadastrou 291 lafaietenses que, de alguma forma, foram vítimas de violência em virtude do fato de serem mulheres. Conforme explica Ana Paula de O. Carvalho Miranda, psicóloga do CRM, a maior procura é para o atendimento psicológico, mas também há encaminhamentos feitos para que a unidade ajude a garantir o acesso a direitos essenciais.

Isso porque o CRM oferece, gratuitamente, acolhimento, atendimento e acompanhamento socioassistencial e psicológico, acolhimento e orientação jurídica, busca ativa, visita domiciliar, encaminhamentos à rede de proteção (Cras, Creas, Conselho Tutelar, Semed – Creches) e enfrentamento (DEAM, PMMG – PPVD) à violência contra a mulher. O Centro também trabalha com grupos e rodas de conversa abertas à população feminina, palestras, seminários, apresentações. “Temos recebido uma demanda grande para que, por intermédio da Lei, encaminhemos a mulher à Semed, para a vaga nas creches”, acrescenta.

A unidade também está de portas abertas para demanda espontânea, ou seja, sem que haja qualquer tipo de encaminhamento. “Qualquer mulher que já completou 18 anos, está em situação de vulnerabilidade em razão da violência sofrida, sente-se agredida por sua condição de mulher, em situações de violência no contexto das mais variadas relações (familiares, de convivência íntima, namoros, filhos, netos, pais, etc...) e cujo o conteúdo remetem às questões de gênero construídas em sistemas de desigualdade é acolhida aqui, gratuitamente.

As faces da violência

É preciso estar atenta a todas as formas de violência. Afinal, nem sempre o mal começa, ou se resume a uma agressão física. A Lei Maria da Penha (Lei n° 11.340/2006) é a principal legislação brasileira para o enfrentamento à violência contra a mulher e ela classifica os tipos de abuso contra nas seguintes categorias:
lViolência física: empurrar, chutar, amarrar, bater, violentar...
lViolência psicológica: humilhar, in­sultar, isolar, perseguir, ameaçar...
lViolência patrimonial: reter seu dinheiro, destruir ou ocultar bens e objetos, não permitir trabalhar...
lViolência sexual: pressionar a fazer sexo, exigir práticas que a mulher não goste, negar o direito a uso de qualquer contraceptivo.
lViolência moral: caluniar, injuriar, difamar.
“Vivenciamos uma época de mudanças de paradigmas, mas a sociedade ainda pune a mulher quando ela se abre e tenta falar da violência que sofre. A mulher carrega, até hoje, frases e conceitos que a colocaram como responsável por manter uma relação. Escutamos com frequência: “É a mulher que salva uma relação”; ou “ruim com ele, pior sem ele”; é violento, mas não deixa nada faltar em casa”, “ele é assim, só com ela, é bom pai, é trabalhador”. Além disso, os serviços da Rede de en­frentamento à violência contra a mulher ainda são mantidos por ho­mens que reproduzem uma lógica machista”, alerta a psicóloga.

“Mesmo que a mulher não consiga ainda, identificar a violência que sofre, ela pode buscar o Centro de Referência da Mulher, para ser acolhida, quando se sentir angustiada, humilhada na relação com o companheiro. No CRM, trabalhamos a autonomia e autodeterminação da Mulher e nenhuma ação será realizada, sem o desejo dela. Trabalhamos o fortalecimento da mulher para que ela consiga direcionar suas ações”, garante Ana Paula Miranda.

Esse atendimento pode ser agendado pelo telefone (3764-9805 ramal *1060), pelo WhatsApp e também na página do instagran @centrodereferenciamulher, além, e claro, presencialmente: “En­ten­do que a maior contribuição que o CRM fez na vida das munícipes lafaietenses é a garantia que essas mulheres, vítimas de violência, serão acolhidas e atendidas na totalidade de seus direitos. Venha conhecer o CRM. As Rodas de Conversa acontecem toda última sexta-feira do mês. Os temas são divulgadas nas redes sociais e a participação é aberta a todas as mulheres. Sintam-se convidadas”, conclui.

O CRM em números
O Centro de Referência da Mulher “Matilde da Silva Cruz” foi inagurado em 08 de março de 2022 e, naquele ano, foram realizados 100 cadastros. Em 2023, foram cadastradas 154 mulheres. Em 2024, até o momento, 37 mulheres foram cadastradas, totalizando 291. A média é de 14 novos cadastros de mulheres por mês.

Centro de Referência da Mulher “Matilde da Silva Cruz”
Endereço: rua Orival Albuquerque, 26, Campo Alegre
Horário de atendimento: segunda à sexta-feira, das 7h às 17h.
Agendamentos: telefone (3764-9805 ramal *1060)
E-mail: [email protected]
Instagram: @centrodereferenciamulher




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Postado por Nathália Coelho, no dia 30/03/2024 - 19:20


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