Foto: Arquivo Jornal CORREIO
A situação no Hospital FOB, em Ouro Branco, atingiu um alto nível de tensão diante da ameaça de greve por parte dos profissionais da enfermagem. A instituição se recusa a pagar o piso salarial da categoria, válido para todo o território nacional, alegando incapacidade financeira: a medida resultaria em um impacto de R$ 8 milhões anuais em seus custos. Com isso, a negociação entre a Fundação Ouro Branco e o Sindicato de Trabalhadores de Saúde, representando profissionais das cidades de Lafaiete, Ouro Branco, Congonhas e Itabirito, atingiu um impasse preocupante. Algumas demissões já teriam sido registradas.
De acordo com Jorge Tadeu da Conceição Santos, presidente do SeesS (Sindicato da Saúde), a Fundação Ouro Branco apresentou duas propostas de reajuste salarial para a classe da enfermagem – ambas recusadas por estarem abaixo do piso salarial estabelecido por lei: “As propostas apresentadas pela Fob para a classe da enfermagem foram recusadas em duas assembleias, porque são propostas vergonhosas e humilhantes. A partir daí, começaram as ameaças, perseguições demissões de 13 técnicos de enfermagem – incluindo quatro gestantes”, acusa.
Para fazer valer o que consta em lei, o sindicato já teria solicitado mediação ao Ministério Público do Trabalho e apresentado denúncias às autoridades competentes. A posição dos profissionais é clara: eles não aceitam nenhuma proposta que não cumpra o piso estabelecido por lei. “Os funcionários estão desesperados, cansados e humilhados, trabalhando sobrecarregados e desmotivados – e isso pode afetar toda uma população. Quanto ao atendimento, ele segue sendo realizado com o número mínimo de funcionários, em virtude das demissões”, acrescenta.
Buscando sensibilizar a comunidade, o sindicato está promovendo manifestações pacíficas em frente ao Hospital FOB, em Ouro Branco, e na unidade de Conselheiro Lafaiete. “Estamos fazendo manifestações pacíficas e distribuindo panfletos para população ficar informadas. Também usamos faixas pedindo a valorização da enfermagem”, finaliza.
Presidente do Sindicato da Saúde, Jorge Tadeu da Conceição Santos
O Hospital FOB responde:
o outro lado
Em atenção aos questionamentos enviados pelo Jornal CORREIO, a Fundação Ouro Branco emitiu uma nota de esclarecimento. A instituição informa que iniciou as negociações sobre o piso salarial em setembro e apresentou uma proposta de reajuste salarial aos profissionais (técnicos e enfermeiros) junto ao Sindicato de Trabalhadores de Saúde. “No dia 24 de outubro, foi realizada a Assembleia Sindical e a instituição apresentou a proposta de reajuste salarial (imediato) considerando o tempo de casa, além de todos os benefícios atuais serem mantidos, porém a proposta foi recusada”, explica.
Segundo o Hospital FOB, a classe requer o pagamento do piso na integralidade. “Entretanto, haverá um impacto de R$ 8 milhões anuais nos custos da FOB, sendo que o resultado líquido da Fundação, somado nos últimos três anos, foi de R$ 1,5 milhão. O Hospital FOB é uma fundação particular, sem fins lucrativos e não receberá verba do Governo – enquanto os demais hospitais da região recebem essa verba. A escuta, respeito e empatia são premissas inegociáveis que estão nos valores do hospital. A gestão reconhece a importância da valorização desses profissionais. Porém, a instituição está no limite para atender a essa demanda sindical, correndo risco até mesmo de funcionamento da instituição”, conclui.
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Postado por Rafaela Melo, no dia 13/11/2023 - 10:51