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Nessa nova era tecnológica, as telas de smartphones, tablets e computadores tornaram-se onipresentes e a maioria das atividades humanas, sejam elas relacionadas ao trabalho e ao lazer, passou a ser realizada diante delas. Na verdade, é como se, nas duas últimas décadas, nada escapasse do domínio digital. E não seria diferente com a leitura: desde a preparação para provas, através do acesso a aplicativos e videoaulas, à produção de trabalhos acadêmicos e leitura de obras pelo Kindle e seus similares, tudo parece mais acessível pelo meio digital. Seria esse, então, o fim da procura por livros impressos? Qual foi a última vez que você visitou as bibliotecas públicas de nossa cidade?
Sim, caro leitor: temos duas. A mais antiga, na Estação Ferroviária, e uma mais recente, no Solar do Barão de Suassuhy. Juntas, elas revelam um tesouro de valor inestimável, que inclui desde os livros mais antigos, como as poesias completas de Machado de Assis, com data de 1900, a livros de autoria de Lafayette Rodrigues Pereira - ministro do império e patrono da cidade e da biblioteca do Solar. Entre as relíquias também estão livros que contêm aspectos históricos, geográficos, econômicos e políticos da cidade, e ainda alguns de literatura local/geral.
E como nem só de passado vive nossa literatura, a tendência de maior procura no momento, especialmente entre adolescentes e jovens, também está disponível, com livros originários de filmes e séries lançados recentemente. Para as crianças, revistinhas em quadrinhos de origem brasileira e estrangeira, especialmente de super-heróis e mangás, estão entre as obras mais procuradas, conforme explicam as agentes administrativas das bibliotecas, Rita das Graças Rezende Moreira e Flávia Oliveira.
"Mesmo com o avanço tecnológico, a demanda por livros físicos continua, e uma boa parte das pessoas prefere o livro físico ao digital. É claro que isso é opcional; talvez os adolescentes e jovens, por terem mais facilidade com a tecnologia, e por terem menos tempo devido aos compromissos e trabalho, tenham o hábito de utilizar o livro digital. Mas existe demanda contínua. Há períodos com maior volume de empréstimos, como vésperas de feriados prolongados e em períodos de férias escolares, e com menor número", explicam.
Em média, 100 a 200 pessoas comparecem à biblioteca mensalmente para retirar os livros de empréstimo. "Temos frequentadores assíduos, que se habituaram a pegar livros emprestados na biblioteca: devolvem um e pegam outro. Os empréstimos são feitos para todas as faixas etárias: infantil, infanto-juvenil, jovem, adulto e melhor idade. Ultimamente, a maior demanda é pelo público infantil/infanto-juvenil e adulto", acrescentam.
Todo material de leitura doado passa por cuidados essenciais
Preferência por livros físicos
Mas o que faz essas pessoas saírem do conforto de suas casas e se deslocarem para uma biblioteca? A resposta, segundo a ciência, pode estar nos estímulos que o livro impresso nos desperta. Segundo estudos na área e pesquisas mais recentes, a impressão fornece pistas sensoriais e motoras que aumentam o processamento cognitivo. Basicamente, quando seguramos um livro, tudo o que envolve a leitura - da visualização das palavras ao peso, passando até mesmo pelo cheiro - ativa várias áreas do cérebro de uma só vez, estimulando e facilitando a memorização e o aprendizado. A impressão é menos cansativa e menos dispersiva que o texto digital e convida a uma leitura mais atenta. E é esse convite à abstração de tudo que nos cerca que permite viajar pela leitura de forma mais intensa, proporcionando uma experiência mais profunda e prazerosa.
O que ler em nossas bibliotecas?
Segundo Rita das Graças Rezende Moreira e Flávia Oliveira, nosso acervo é composto por livros literários infantis e infanto-juvenis, poesia, teatro, literatura de autores brasileiros e estrangeiros, filosofia, espírita e religiosos, política, sociologia, informativos, CDs, DVDs, audiolivros e, ainda, a Coleção de Memória da Cidade, a Coleção Mineiriana do Estado, a Coleção de Obras Especiais e de Obras Raras. "Conselheiro Lafaiete é privilegiada em questão de escritores e, nesta biblioteca, há aproximadamente obras de 92 escritores locais", acrescentam.
O acervo, aliás, vive em constante expansão: "A Biblioteca recebe muitas doações. É normal, nos dias atuais, que pessoas queiram se desfazer dos livros que possuem dentro de casa e acabam oferecendo para a Biblioteca que, ao recebê-los, faz uma triagem. Retiramos para ficar no acervo aqueles ainda inéditos, os repetidos de muita saída e aqueles que podem ser doados para outras bibliotecas da cidade, de comunidades ou regiões. Para quem tem condições de comprar e já leu, a doação é sempre bem-vinda. Cuidamos do livro doado e fazemos todo o processo necessário com carinho para que eles cheguem aos leitores", garantem.
Turminha de alunos visitando a biblioteca da Estação Ferroviária
Seja você também o leitor
Em 29 de outubro, comemoramos o Dia Nacional do Livro. Que tal se inspirar nessa data e se tornar um leitor das bibliotecas públicas de Lafaiete? Bom, o primeiro passo para isso é fazer o cadastro. Para isso, é necessário levar uma foto 3x4, 1 xerox de um documento e um comprovante de residência atualizado.
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Postado por Frances Elen, no dia 05/11/2023 - 07:48