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"Quanto a vós, por que vos andais ansiosos por aquilo que haveis de comer e por aquilo que haveis de vestir? Por acaso, vossas vidas não são mais preciosas do que o alimento que vos sustenta? Não é, por acaso, vossas vidas mais preciosas do que vosso corpo?" (Lc. 12:22-34).
Belíssima reflexão de Jesus Cristo de Nazaré, o Divino Terapeuta do Pai e o maior psicólogo e psiquiatra de todos os tempos, abordando sobre a doença do milênio que é a ansiedade, do Inglês Anxiety > estar ansioso, estado psicológico de total tensão, desequilíbrio emocional, perturbação. Karen Horney, descrevia como um fogo que queima o ser humano por dentro sem interrupção, constantemente.
Hoje, este tipo de enfermidade psicológica, psicoemocional, psicoespiritual, psicossomática está muito associada ao fenômeno da Nomofobia, termo do inglês > no + mobile + phone + phobia. Tal conceito foi criado pela YouGov, instituto de pesquisas do Reino Unido, para descrever uma terrível enfermidade que hoje atinge mais de 53% dos usuários de celulares e congêneres, que se sentem altamente ansiosos quando são impedidos do uso de celulares; mais de 75% deles são crianças, jovens e adolescentes.
Será, como disse o Divino terapeuta do Pai Celestial, que a vida, o viver é prioridade número de nossa atual civilização? Será que no capitalismo selvagem, consumista, antropofágico e autodestruidor damos prioridade à nossa qualidade de vida humana no planeta Terra ou o fato de "ter mais" é mais importante do que "ser mais"? O ser humano perdeu o centro de seu referencial existencial, que é a busca por seu "eu-interior" mais profundo, em troca de coisas, objetos, dinheiro, posição social, status, competição desonesta?
Associado à ansiedade e à depressão, perdemos hoje nosso maior referencial humano-divino, transcendental, que é nossa capacidade de comunicação humana, de nossa afetividade, de nossas trocas de "carícias essenciais" ou em alemão "strocks"! Como disse o psicoterapeuta Roberto Shinyashiski.
Outro dia mesmo, entrando em um ônibus de transporte coletivo municipal, sentei ao lado de uma jovem de muito boa aparência, que grudada na tela de seu celular debulhava apressadamente tecla por tecla, procurando algo para seu entretenimento; tremia a pobre coitada, suava frio; pelo seu corpo inteiro parecia percorrer uma corrente elétrica de choque! Parecia que, de um momento para outro, ia explodir! Boom! Boom! Boom!
Disse-lhe calmamente, suavemente:
- Bom dia!
Depois de vários minutos, ela virou com atitude de total desprezo por mim e me perguntou:
- O que você disse? Você nem me conhece! Vai te catar, velho!
Usando da pouca paciência, sabedoria e discernimento que Deus me concedeu aos meus 70 anos de vida, lhe respondi:
- Desculpe-me, minha cara jovem, por meu ato de civilidade e delicadeza e por lhe desejar um bom dia! Não sabia que saudar alguém constitui um ato de indelicadeza e de falta de civilidade e educação!" E me mantive em completo silêncio até o ponto final de minha trajetória para o trabalho!
Eis aí, o século da "Incomunicação humana". Somos uma grande massa humana perdida em um verdadeiro oceano de niilismo, de grandes vazios existenciais, sem sabermos quem somos, por que estamos aqui e para onde caminha esta grande Nave humana, sem rota, sem metas e sem destino! E isto também graças à invasão dos benditos celulares em nossas vidas íntimas, pessoais, na constelação familiar, nas escolas, nas ruas, nas fábricas, nos espaços de lazer e de vida pública urbana e até no mais distante interior de nossa zona rural.
Acabou por completo o diálogo das gerações, o compartilhar, o ágape fraterno, a solidariedade humana e fraternal dos Atos dos Apóstolos que, nos capítulos 2 e 4, narra que "A Primeira comunidade dos cristãos era um só coração e uma só alma, e tinham tudo em Comum e não havia necessitados (carentes) entre eles!". Desaprendemos a sublime arte de dividir, compartilhar entre nós o pão do amor, do afeto, do carinho, da mutualidade, da partilha do pão da fraternidade cósmica e universal, da comunhão cósmica de pensamentos, como nos alerta a Campanha da Fraternidade da CNBB deste ano.
Voltemos imediatamente às Fontes da Vida, senão nos perderemos na nave espacial do tempo como simples poeira cósmica no espaço! Adeus, espécie humana! ‘Já era!’, como diz a nova geração!
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Postado por Nathália Coelho, no dia 19/09/2023 - 18:20