As icônicas esculturas do artista Antonio Francisco Lisboa, popularmente conhecido como Aleijadinho (1738-1814), situadas no Santuário Basílica Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, Região Central de Minas Gerais, estão passando por um minucioso processo de limpeza e restauração. O destaque vai para a remoção de líquens que, ao longo dos anos, haviam se fixado na superfície das peças esculpidas, comprometendo sua beleza e integridade.
O Grupo Oficina de Restauro, responsável pela delicada operação, tem como objetivo principal a retirada das colônias de micro-organismos que se haviam acumulado sobre as esculturas. Adriano Ramos, especialista em restauração, informa que o processo de limpeza inclui a aplicação de um biocida em duas etapas, iniciado há dois meses. Os líquens, além de impactarem negativamente a estética das obras, também podem atuar como depósitos de poluentes, o que acende um alerta quanto à necessidade de intervenção.
Em virtude da importância histórica e cultural das esculturas, a atenção à preservação é rigorosa. Um time de especialistas, incluindo geólogos, biólogos e até um consultor internacional, também geólogo, compõe a equipe encarregada de monitorar as condições das obras ao longo de um período de oito meses. O monitoramento visa avaliar se fatores externos, como a poluição proveniente da mineração e da recente nuvem de poeira, têm impactado negativamente as peças esculpidas por Aleijadinho ao longo de mais de dois séculos.
Ramos destaca a importância de combater a presença dos líquens, explicando que existem dois tipos distintos: os folhosos e os crostosos. Ambos podem se tornar abrigos para poluentes, o que compromete a integridade das esculturas. A limpeza das peças exige um cuidado extremo para preservar sua autenticidade e riqueza histórica.
A ação de limpeza não é estranha ao santuário. Em 2012, as esculturas já haviam passado por um processo similar de limpeza com biocida. O ciclo de limpezas, originalmente programado para ocorrer a cada cinco anos, havia sofrido um atraso de seis anos, gerando preocupação entre os visitantes e admiradores do patrimônio histórico e religioso.
O serviço é coordenado e financiado pela prefeitura de Congonhas, em colaboração com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Arquidiocese de Mariana, responsáveis pelo tombamento e preservação das obras e do santuário basílica. A restauração das esculturas do Aleijadinho reafirma o compromisso de preservar a história e a cultura da região, garantindo que as futuras gerações também possam apreciar esse tesouro artístico.
fonte: Estado de Minas
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Postado por Nathália Coelho, no dia 07/08/2023 - 18:20