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O maior desafio dos pais nos dias de hoje é saber como lidar com o comportamento que o filho vem apresentando. Quando uma criança está irritada, inquieta ou chorando de forma excessiva, a primeira reação de um adulto é de querer imediatamente romper com aquele comportamento, seja por meio de chantagens ou punições, para que a criança deixe de se expressar daquela forma. Mas, segundo a especialista comportamental e terapeuta emocional, Sula Resende, isso não resolve, pelo contrário, tende a se repetir e até mesmo intensificar. “O que acontece na verdade é que esse comportamento é a forma como a criança está conseguindo expressar algo, que para ela não está confortável, e que tem uma necessidade a ser atendida. Por isso, não julgue ou negligencie o mau comportamento que seu filho está apresentando. Ele não está te provocando. Ele está te pedindo ajuda", explica a especialista.
O cérebro da criança, de acordo com Sula, está em processo de desenvolvimento e precisa do cérebro do adulto para conseguir pensar sobre algo ou analisar uma situação. "Isso porque seu cérebro ainda é predominantemente límbico, ou seja, ele responde às situações com sentimentos, não com pensamentos. E ele ainda não tem critérios para definir novas ações por si só, por isso o comportamento que vemos é a expressão do que seu filho está sentindo”, alerta.
Ainda de acordo com a terapeuta, quando os pais punem a criança, colocando-a de castigo, a expectativa é de que ela pense no que fez de errado, mas o que realmente acontece é bem diferente. Enquanto está de castigo, inundada por sentimentos ruins, a criança não consegue focar em resolver o problema, reparar seu erro ou em como agir diferente da próxima vez.
“Nesse momento, a criança só sente, desamparo, desamor, raiva, sentimento de ter sido injustiçada, vontade de se vingar. Lembre-se que ações punitivas só tendem a trazer sentimentos negativos na criança e não serão soluções para que seu filho se comporte bem”, orienta Sula.
Mas o que fazer como alternativa?
A consultora orienta que nessas situações, um “cantinho da calma” pode ajudar muito. “Bem diferente do castigo ou cantinho do pensamento, o cantinho da calma é um lugar criado pela criança, com objetos que a fazem se sentir bem: papéis e lápis de cor, bonecos fofinhos, almofadas confortáveis para sentar. Lá ela pode brincar um pouco e esfriar a cabeça até se sentir melhor”,comenta.
Outra opção, que segunda especialista funciona muito bem é abraçar e dar o colo para seu filho se acalmar. Isso fará com que ele se sinta seguro e acolhido. “Depois que vocês se acalmarem, será o momento de uma boa conversa a respeito do acontecido, entender a necessidade que está por trás daquele comportamento, a oportunidade para criarem novas estratégias comportamentais”.
Para finalizar, a terapeuta deixou um alerta para os pais: “cuide de si mesmo(a). Cuide de seus medos e inseguranças. Pois, para que sejamos pais por inteiro, é de fundamental importância, cuidarmos da relação que temos com nós mesmos, para que assim consigamos conduzir a educação de nossos filhos de maneira mais leve e assertiva.Querendo investir em autocuidado e encontrar novas formas de lidar com os desafios apresentados por seus pequenos, estarei à disposição para te acolher”, finaliza.
Sula Resende é terapeuta emocional,especialista comportamental e consultora educacional
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Postado por Rafaela Melo, no dia 08/06/2023 - 16:53