A leitura é uma prática que traz inúmeros benefícios aos leitores e quando estimulada desde a infância os impactos positivos podem ser muito maiores. Por meio dela, as crianças desenvolvem a concentração, memória, raciocínio e compreensão, estimulam a linguagem oral e ampliam a capacidade criativa.
“As nossas crianças precisam e têm o direito de conhecerem o objeto “livro”, despertando a curiosidade pela narrativa, lendo (ainda que não alfabetizadas) as figuras e dispondo de um adulto que leia para elas. É o início de um processo de encantamento que, diferentemente das inúmeras tecnologias disponíveis, estimula a curiosidade e a criatividade, aumenta o nível de concentração, a capacidade de raciocinar e de se comunicar de forma clara, assertiva e expressiva”, explica a educadora Lívia Baeta.
Para a educadora, o mundo da fantasia presente nos livros infantis desperta nos pequenos a afetividade, a capacidade de dar nome aos sentimentos, a empatia, o desenvolvimento da inteligência emocional.
“Crianças na primeira infância (por volta dos 3 anos), ainda não alfabetizadas necessitam do contato com os livros. Nesta fase é possível senti-los. Instantaneamente é fácil para mim ativar a memória sensorial e ver claramente imagens de livros que minha mãe e minha madrinha leram para mim há 35 anos, além das figuras, posso sentir o cheiro do papel, ouvir o som da voz delas que oscilava perfeitamente em meio a entonações típicas da narrativa e dos diálogos entre os personagens, as páginas em alto relevo, uma capa dura, um cheiro doce de finais felizes. Sinestesia pura”, relatou a Lívia, que desde de criança é amiga dos livros.
Livros e tecnologia
As crianças desta geração compartilharão dessas sensações ? Será que telas e mais telas provocam efeito similar ao do hábito de ler ? A resposta é NÃO. Para Lívia, as telas são viseiras, que impedem de olhar ao redor, de imaginar, de criar, de sonhar, de sentir. “Eis o porquê de tantas crianças e adolescentes preguiçosos, impacientes, ansiosos, imediatistas, entediados, incapazes de lidar com situações simples, de resolver conflitos externos e internos, de nomear sentimentos e de demonstrá-los. Como educadora, muito me entristece corrigir provas com erros grotescos de português”.
Papel da família
Apesar de compor a rotina de aprendizagem da criança, estimular a leitura não é uma tarefa apenas escolar. Tanto a família quanto a escola possuem funções diferentes, porém, complementares nesta etapa.
Enquanto a escola cumpre uma função mais intencional e pedagógica, a família promove uma leitura mais emocional.
“As crianças tendem a repetir as atitudes dos adultos. Se formos pais que leem, despertaremos neles o interesse pela leitura. Visitemos mais livrarias e bibliotecas com nossos filhos. Conheçamos os gostos deles. Se gostarem de super-heróis, por exemplo, que tal presenteá-los com revistas em quadrinhos dos seus prediletos. Importante salientar que o “tomar gosto” pela leitura envolve o investimento em todos os gêneros literários, uma vez que quando adolescentes e adultos farão a escolha por si mesmos. Cabe a nós monitorar e instruir nossas crianças. Cabe a nós sermos exemplos. Educar dá muito trabalho, mas vale a pena”, finaliza Lívia.
Você está lendo o maior jornal do Alto Paraopeba e um dos maiores do interior de Minas!
Leia e Assine: (31)3763-5987 | (31)98272-3383
Postado por Nathália Coelho, no dia 27/05/2023 - 08:20
