Arquivo Jornal CORREIO
Ao contrário da pandemia de covid-19, que se espalhou enquanto o mundo buscava respostas e tratamentos contra o vírus, a dengue é uma velha conhecida de todos nós. Ano após ano, mas sem alardes, o mosquito se multiplica e vai somando novos contaminados. Em alguns casos, a doença gera indisposições mais leves, mas nos últimos tempos, um número cada vez maior de pessoas vem registrando os chamados sinais de alarme. E, infelizmente, pelo menos uma morte foi registrada: uma mulher de 43 anos, que não estava internada.
De acordo com o gerente de Vigilância Epidemiológica, Diogo Dias Silva, hoje, a terminologia adotada pelo Ministério da Saúde para classificar os casos dengue se divide em três, de acordo com os sinais clínicos, sendo: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave. “Até o momento, temos o registro de sete casos de dengue com sinais de alarme”, pontua. Até o dia 19, Lafaiete já havia registrado 1.000 casos suspeitos de dengue – uma média de 9 casos por dia. 227 deles já tinham sido confirmados por exames.
Especialista em Saúde Pública e em Epidemiologia e Profissionais de Saúde, Diogo Dias Silva alerta que há casos notificados espalhados por praticamente todos os bairros. Mas, este ano, há uma incidência maior no São João, Santa Matilde, Centro, Cachoeira, Paulo VI, Campo Alegre, São Sebastião, Museu, São Dimas e Carijós. “O setor de Controle de Endemias continua trabalhando nas ações de prevenção e combate as arboviroses causadas pelo Aedes aegypti. É preciso que a população colabore, autorizando a entrada dos agentes de combate às endemias (ACE) em suas residências para verificar e orientar sobre possíveis focos”, destaca Diogo.
Mas é bom lembrar que a prevenção também é construída no dia a dia, a partir de ações da própria população. Como bem destaca Diogo Dias Silva, todos devem fazer a sua parte, evitando o acúmulo de água sem armazenamento adequado, que pode ser um ambiente propício para proliferação do mosquito, e não descartando lixo em lotes e terrenos baldios. “A Secretaria de Saúde reforça a necessidade de combater o mosquito transmissor da dengue e outras doenças. Para isso, solicita à população para que não se descuide da prevenção à dengue, que registra aumento no número de casos. Não deixe água parada, cuide de sua casa e local de trabalho. A prevenção é a melhor arma contra a doença”, frisa.
Chikungunya
Outro dado que chama atenção é o registro de seis casos de Chikungunya em Lafaiete em 2023. Desses seis casos notificados, um é autóctone (ou seja, a doença foi contraída dentro do município), um é importado e os outros quatro permaneciam em investigação até o fechamento desses dados. Também transmitida pelo Aedes aegypti e pelo Aedes albopictus (vetor da febre amarela), a Chikungunya é uma doença infecciosa febril que se difere da dengue, principalmente, pelas dores nas articulações, muito mais intensas na chikungunya, afetando principalmente pés e mãos (geralmente tornozelos e pulsos).
Ao contrário do que acontece com a dengue, não existe uma forma hemorrágica da doença e é raro surgirem complicações graves, embora a artrite possa continuar ativa por muito tempo. Os principais sintomas são: febre acima de 38,5 graus, de início repentino, e dores intensas nas articulações de pés e mãos – dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer, também, dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Cerca de 30% dos casos não chegam a desenvolver sintomas. O início dos sintomas pode levar de dois a dez dias para ocorrer. É o chamado período de incubação.
Seu nome significa “aqueles que se dobram”, em swahili, um dos idiomas da Tanzânia. Refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada, na Tanzânia, localizada no leste da África, entre 1952 e 1953. O diagnóstico depende de uma avaliação clínica cuidadosa e do resultado de alguns exames laboratoriais. Na fase aguda, o tratamento é apenas dos sintomas. Medicamentos para dor e para febre são indicados para aliviar os sintomas. Manter o doente bem hidratado e em repouso são medidas essenciais para a sua recuperação.
Confira mais dicas simples e eficientes para se proteger
* Não deixe água parada. Destrua os locais onde o mosquito nasce e se desenvolve para evitar a sua procriação;
* Deixe sempre bem tampados e lave com bucha e sabão as paredes internas de caixas d'água, poços, caçambas, tambores de água ou tonéis, cisternas, jarras e filtros;
* Não deixe acumular água em pratos de vasos de plantas e xaxins. Coloque areia fina até a borda do pratinho;
* Plantas que possam acumular água devem ser tratadas com água sanitária na proporção de uma colher de sopa para um litro de água, regando no mínimo, duas vezes por semana. Tire sempre a água acumulada nas folhas;
* Não junte vasilhas e utensílios que possam acumular água (tampinha de garrafa, casca de ovo, latinha, saquinho plástico de cigarro, embalagem plástica e de vidro, copo descartáve* etc.) e guarde garrafas vazias de cabeça para baixo;
* Entregue pneus velhos ao serviço de limpeza urbana. Caso precise mantê-los, guarde em loca* coberto;
* Deixe a tampa do vaso sanitário sempre fechada. Em banheiros pouco usados, dê descarga pelo menos uma vez por semana;
* Retire sempre a água acumulada da bandeja externa da geladeira e lave com água e sabão;
* Sempre que for trocar o garrafão de água mineral, lave bem o suporte no qua* a água fica acumulada;
* Mantenha sempre limpo: lagos, cascatas e espelhos d'água decorativos. Crie peixes nesses locais, pois eles se alimentam das larvas dos mosquitos;
* Lave e troque a água dos bebedouros de aves e animais, no mínimo, uma vez por semana;
* Limpe frequentemente as calhas e a laje das casas, coloque areia nos cacos de vidro no muro que possam acumular água;
* Mantenha a água da piscina sempre tratada com cloro e limpe-a uma vez por semana. Se não for usá-la, cubra com lonas ou plásticos;
* Mantenha o quinta* limpo, recolhendo o lixo e detritos em volta das casas, limpando os latões e mantendo as lixeiras tampadas. Não jogue lixo em terrenos baldios, construções e praças. Chame a limpeza urbana quando necessário;
* Permita sempre o acesso do agente de controle de zoonoses em sua residência ou estabelecimento comercial.
Para denúncia de focos de dengue: 9 9239-3835
Para denúncia de lotes vagos sujos: 9 9239-5538
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Postado por Rafaela Melo, no dia 14/05/2023 - 17:46