Luiz Humberto Monteiro Pereira
Agência AutoMotrix
A nova picape Montana foi apresentada em dezembro do ano passado e chegou às concessionárias Chevrolet em fevereiro. Lançada há 20 anos para substituir a Corsa Pick-up, a Montana teve depois uma segunda geração, que herdou a “cara” do compacto Agile, vendida entre setembro de 2010 e maio de 2021. Desde então, foram quase dois anos fora do mercado. Na volta, a Montana recebeu um “upgrade” para concorrer em um segmento um pouco maior – o das picapes intermediárias. Derivadas de utilitários esportivos, elas se posicionam entre as compactas (derivadas de hatches, como a Fiat Strada e a Volkswagen Saveiro) e as médias (com chassis em longarinas, como a Chevrolet S10, a Toyota Hilux, a Ford Ranger e a Nissan Frontier). Desenvolvida a partir do Tracker, com cabine dupla e quatro portas, a nova Montana chegou com a tarefa de superar a líder da categoria das picapes derivadas de SUVs, a Fiat Toro (que partilha a plataforma com o Jeep Renegade). De quebra, a menor picape da Chevrolet pretende tomar clientes das versões mais caras da Strada, que desde 2021 tornou-se o automóvel mais vendido do Brasil. Na linha Montana, a versão “top” Premier 1.2 turbo automática é a encarregada de apresentar os melhores predicados da picape. Parte de R$ 142.590 (valor que pode variar de acordo com os tributos estaduais), quase R$ 19 mil acima da LT 1.2 turbo manual, a mais básica da linha.
A nova Montana tem 4,72 metros de comprimento (entre os 4,48 metros da Strada e os 4,95 metros da Toro), 1,80 metro de largura, 1,66 metro de altura e 2,80 metros de entre-eixos. A plataforma modular Global Emerging Markets (GEM) permitiu ampliar bastante a base do Tracker – a picape tem 45 centímetros de comprimento e 23 centímetros a mais de entre-eixos do que o SUV. Na frente, destam-se os conjuntos ópticos bipartidos com luzes diunas em leds (que lembram um pouco os da Toro) e uma ampla grande, também bipartida, ornamentada com a tradicional gravata dourada e trazendo a placa de identificação no centro. A lateral traz a silhueta típica de utilitários, com rack de teto, linha de cintura elevada e molduras em toda a base do veículo. Na traseira, uma barra em preto brilhante conecta as lanternas trapezoidais, que avançam até a lateral da caçamba, e a tampa traz nome “Chevrolet” estampado em baixo relevo na chapa metálica. Um pequeno emblema da fabricante aparece no centro das lanternas Chamado pela marca norte-americana de “Caçamba Multi-Flex”, o compartimento de carga da nova Montana traz 8 ganchos para amarração de carga, tem iluminação lateral dupla e leva até 874 litros. Como acessório, oferece um sistema de vedação da cobertura para proteção contra água e uma série de acessórios customizados, que permitem criar compartimentos separados e estanques. O vão livre da Montana em relação ao solo é de 19,3 centímetros nas versões automáticas.
Produzida em São Caetano do Sul (SP), toda a linha Montana 2023 é equipada com o motor 1.2 turboflex com até 133 cavalos de potência e 21,4 kgfm de torque. Na versão Premier, vem acoplado à transmissão automática de 6 marchas – o mesmo “powertrain” que move as versões mais caras do Tracker. O propulsor turbo ganhou uma calibração exclusiva na picape, para ficar em sintonia com a proposta de multiuso do veículo. Pelos dados do Inmetro, o consumo da versão fica em 11,1 km/l (gasolina) e em 7,7 km/l (etanol) na cidade e em 13,3 km/l (gasolina) e em 9,3 km/l (etanol) na estrada. A picape utiliza o mesmo conjunto de suspensão do Tracker, com sistema independente MacPherson na frente e eixo de torção atrás. Os pneus Michelin Primacy 4 215/55 R17, que calçam as rodas de liga leve escuras de 17 polegadas, foram especialmente desenvolvidos para o modelo.
A oferta de equipamentos de série da linha Montana é ampla. Além do assistente de partida em aclive, inclui itens como seis airbags, alerta de ponto cego, luz diurna de leds e tampa da caçamba com alívio de peso. Na Premier, há ainda carregador de celular por indução, alerta de pontos cegos, faróis full-led com regulagem de altura, acendimento automático com sensor crepuscular, ar-condicionado digital automático, capota marítima, chave inteligente com sensor de aproximação e partida por botão, piloto automático, câmera de ré, Wi-Fi nativo, sistema OnStar e aplicativo para comandar funções do carro remotamente. Itens como faróis de neblina de leds, estribo, capota marítima com abertura elétrica e subwoofer JBL são oferecidos como acessórios para todas as versões da Montana. O modelo é disponível nas cores Verde Safari, Azul Eclipse, Branco Summit, Prata Shark. Preto Ouro Negro e Vermelho Chili (a do modelo testado). A pintura metálica encarece o preço em R$ 1.950.
Experiência a bordo
Embora a caçamba seja a “área nobre” nas picapes, a preocupação de integrar a nova Montana ao universo dos SUVs também transparece dentro da cabine. Apesar de a picape reaproveitar itens dos modelos que lhe servem de base (Tracker e Onix), a Chevrolet resolveu caprichar mais no interior, especialmente na versão Premier. Há plástico rígido por toda a cabine, mas a Premier incrementa o ambiente com tecido vinílico no painel e nas laterais das portas dianteiras, imitando couro com costura. Os bancos, com revestimento que simula couro na Premier, são os mesmos do Tracker. O volante tem ajuste de profundidade e altura.
O cluster de instrumentos traz dois mostradores analógicos (conta-giros e velocímetro) e um display digital de TFT monocromático de 3,5 polegadas. A central multimídia, com sua tela horizontal de 8 polegadas, é bem posicionada e ajuda na leitura de mapas de navegação e reduz a possibilidade de distração ao volante. Os visores analógicos do painel destoam um pouco da modernidade proposta. Na Premier, a nova Montana oferece Wi-Fi com sinal de internet, telemática avançada do OnStar, conectividade sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, atualização remota de sistemas eletrônicos do veículo, aplicativo myChevrolet para comandar funções do carro à distância e carregador de smartphone por indução magnética.
Impressões ao Dirigir
Na Montana, o motor 1.2 turbo tem entregas lineares, com uma calibração aparentemente melhor que a do Tracker. Quanto à recorrente vibração dos motores de três cilindros, passa quase despercebida. A picape reage rápido às provocações feitas pelo pedal da direita – 90% do torque é entregue de 1.500 e 5 mil rpm. O câmbio automático de 6 velocidades não dá trancos e quase sempre oferece a marcha certa para aproveitar o torque do motor. Não há borboletas para trocas sequenciais, mas dá para fazê-las em um botão no câmbio. A direção é direta como a do Tracker, com assistência elétrica com cargas corretamente definidas para baixas e altas velocidades.
Por ser uma picape, era de se esperar que a carroceria da Montana se movimentasse mais nas mudanças de direção. Contudo, o modelo transmite a mesma segurança de um SUV – a caçamba, esteja vazia ou cheia, não compromete a dirigibilidade. Tudo dentro da proposta da Montana, de ser uma picape que não deixa a desejar em relação a um carro de passeio. O sistema de duplo batente para a suspensão varia mecanicamente entre as posições vazia e carregada, o que ajuda a deixá-la menos saltitante quando passa por piso irregulares. A suspensão privilegia o conforto, porém, mantém um tranquilizador compromisso com a estabilidade. A Montana, especialmente na versão de topo de linha Premier, é um produto competitivo – com elementos para importunar o amplo espectro da concorrência, que vai das compactas Fiat Strada e Volkswagen Saveiro até as intermediárias Fiat Toro, Renault Oroch e Ford Maverick.
Ficha Técnica
Chevrolet Montana 1.2 Premier
Motor: 1.2 turbo, flex, três cilindros, 12V, 1.199 cm³
Transmissão: automática, 6 marchas.
Tração: dianteira
Potência: 132 cavalos a gasolina / 133 cavalos a etanol a 5.500 rpm
Torque: 21,4 kgfm a 2 mil rpm
Combustível: gasolina e/ou etanol
Suspensão: dianteira tipo MacPherson com barra estabilizadora helicoidal, traseira eixo de torção semi-independente
Rodas: liga leve de 17 polegadas
Pneus: 215/55 R17
Dimensões: 4,72 metros de comprimento, 1,80 metro de largura, 1,66 metro de altura e 2,80 metros de entre-eixos
Peso: 1.310 kg
Caçamba: 874 litros
Tanque de combustível: 44 litros
Preço: R$ 142.590 (pode variar de acordo com os tributos estaduais). A pintura metálica eleva o preço em R$ 1.950
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Postado por Nathália Coelho, no dia 10/05/2023 - 21:20