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Polícia


Família cobra Justiça por vítima de feminicídio e faz alerta para mulheres: “Denunciem!”



Foto: Álbum de Família


 

Um relacionamento de 1 ano, que segundo a família, já dava sinais de ser doentio, teve o mais triste dos desfechos. Aos 38 anos, Charlene do Nascimento Ferreira foi morta no sábado, dia 15, no apartamento onde morava, no bairro Arcádia, em Lafaiete. De acordo com a Polícia Militar, a mulher foi encontrada no quarto do casal, já sem vida, com sinais de asfixia mecânica e sufocamento.

O acusado, de 32 anos, que trabalhava como vigia, foi preso logo após o crime. Os militares observaram as câmeras de segurança da região, onde puderam ver quando o homem chegou e quando saiu, ainda durante a madrugada, levando o veículo Renault Sandero, de propriedade da vítima. Durante rastreamento, os militares receberam a informação de que ele teria seguido para Carandaí e, posteriormente para Barbacena, onde foi preso. O carro também foi recuperado.

Relacionamento conturbado

O irmão de Charlene, Alexis Sandro Ferreira Bezerra, 49 anos, contou ao Jornal CORREIO que o relacionamento de sua irmã com o acusado durou um ano, mas já havia sido marcado por agressão e ameaça: “Eles se conheceram pela internet, começaram a se ver esporadicamente e isso virou algo cotidiano. Minha irmã trabalhava muito, o dia todo, e ele foi morar na casa dela. Foi quando o ciúme dele ficou doentio. Charlene não podia ter amigos, porque ele tinha ciúme de tudo e brigava com as pessoas por causa dela. Depois de uns 6 meses de namoro, ele bateu nela, com um taco de sinuca, deixou as pernas dela roxas. Minha irmã fez a denúncia, porque nós, da família, mandamos”.

De acordo com o irmão, na época, Charlene, terminou o relacionamento, mas acabou voltando: “Ele prometeu que não faria mais. O namoro foi bem por cerca de 1 mês, mas depois que eles voltaram, as ameaças recomeçaram”, conta Alexis, que relembra as tentativas da irmã para colocar fim pacífico em tudo. “O cara tinha a chave do apartamento. Ela implorava para que saísse de casa e para que os dois se tornassem apenas amigos – inclusive nós temos esses áudios. Minha irmã temia pela segurança dela e dos filhos. O seu medo era que, após o término, ele matasse ela, os filhos, de 20, 16 e 7 anos, e o nosso sobrinho, de 21 anos, que ela criou como filho também, após a morte do pai dele”, disse.

Alexis também contou o que sabe sobre o dia em que Charlene foi assassinada: “Minha irmã trabalhava durante o dia e parte da noite. Ela largava à 0h e voltava para a casa com o nosso sobrinho, que trabalha em uma pizzaria. No dia, esse cara chegou em casa por volta das 19h. Quando ela chegou, à meia-noite, tomou banho e foi descansar”.

O irmão acredita que Charlene pode ter sido dopada: “O rapaz que fez corpo delito falou que saiu espuma da boca dela. E minha irmã tinha um porte grande; era forte. Ele, sozinho, não conseguiria dominá-la. Então, ela devia estar dormindo, quando ele colocou uma cueca na boca dela, pegou a fronha e apertou no pescoço até sufocá-la. Ele conseguir fazer isso sem que ela reagisse. A Polícia e o IML também não viram resistência dela, como arranhões.  Assim que ele a matou, pegou os R$ 10 mil que ela tinha guardado no guarda-roupas; que juntava para quitar o carro. As câmeras da rua mostram ele saindo da casa com a mochila onde o dinheiro ficava guardado. Ele também roubou o carro dela. Foi graças ao carro que a polícia o prendeu, porque ele foi fotografado no pedágio de Lafaiete indo para Carandaí”.

Dor da família

O irmão também conta que foi a filha de Charlene, de 16 anos, que encontrou a mãe morta: “Acreditamos que ela tenha sido dopada, porque não houve gritos e nem resistência. A gente acredita que tenha sido planejado. Por volta de 5h30, minha sobrinha foi acordar a Charlene para trabalhar e encontrou a mãe morta na cama. Imaginem o estado psicológico dela? Também estavam em casa o menino mais novo, de 7 anos, e o outro de 21, mas todos dormiam de porta trancada, porque tinham medo do acusado”.

Segundo Alexis, a família está muito abalada: “Foi um crime bárbaro. Dói saber que minha irmã foi morta sem poder se defender. Isso é muito injusto. Ele foi um covarde de fazer isso com mulher. Uma pessoa trabalhadora. Todos nós estamos psicologicamente afetados, sem saber o que fazer. Os filhos estão com medo. Um assassino não mata só uma vítima. Ele mata toda uma família mentalmente”, desabafa.

A família cobra que a justiça seja feita e faz uma alerta para as mulheres: “Esperamos que a justiça o mantenha preso pelo máximo de tempo possível. Que ele seja condenado a uns 40 a 50 anos. Isso não vai trazer minha irmã de volta, mas que ele pague pelo que fez. Queremos falar com todas as mulheres que vivem isso: não tenham medo! Peçam ajuda às famílias ou à polícia, para que não sofram o que minha irmã sofreu”, finaliza.




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Postado por Frances Elen, no dia 01/05/2023 - 16:44


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