Conforme estabelece o Acordo de Paris – um tratado internacional sobre as mudanças climáticas firmado em 2015 –, o mundo precisa aumentar em 100%, ou seja, dobrar, sua capacidade de geração de energia renovável. Dessa forma, será possível mitigar o aquecimento global e evitar um aumento de 1,5°C na temperatura média do planeta até 2050. O Brasil pode se colocar como um dos pivôs deste processo.
Não é possível pensar em um futuro ecológico sem a troca das matrizes energéticas no Brasil e no mundo. A queima de combustíveis fósseis aumenta a emissão de carbono na atmosfera, contribuindo para o efeito estufa. Assim, portanto, a International Renewable Energy Agency estima que a capacidade de produção de energia renovável do planeta deve chegar a 27 mil gigawatts, dez vezes mais do que os 2.5 GW atuais.
As alternativas do Brasil
A fim de cumprir essa obrigação global, o Brasil pode atacar algumas frentes. Em primeiro lugar, a produção de hidrogênio verde, que nada mais é que o hidrogênio produzido a partir de fontes de energia renovável. Ele é obtido através da hidrólise de moléculas da água, ou seja, da separação do hidrogênio da água ou do biogás extraído dos resíduos da cana durante a fabricação de açúcar e álcool.
Ademais, outra tecnologia fundamental é a captura de energia (Energy Capture), mais especificamente a Captura e Armazenamento de Carbono. A técnica consiste no sequestro, transporte e estoque do dióxido de carbono antes da entrada da substância na atmosfera. A molécula é recolhida e depositada em uma formação geológica subterrânea, de onde não conseguirá voltar para a superfície.
Outro caminho bastante prático é a instalação de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), consideradas fontes renováveis. Essas estruturas são capazes de gerar energia aproveitando a força de quedas d’água e não exigem um espaço amplo para serem implementadas. Atualmente, o país conta com 1.192 processos de aberturas dessas usinas, e pode receber um investimento de R$ 131 bilhões para o setor.
O que está sendo feito
Apesar da lentidão para implementar essas tecnologias, o Brasil é peça-chave nessa discussão por sua grande quantidade de recursos naturais e proximidade com compradores europeus. A Alemanha, por exemplo, é o quarto maior parceiro comercial do país e já reativou suas contribuições no Fundo Amazônia, além de se comprometer a oferecer oportunidades para empreendedores investirem em energias renováveis.
No mês de março, por sua vez, o governo brasileiro anunciou um investimento de R$ 50 bilhões para a construção de parques de energia eólica e solar no Nordeste, naquele que promete ser o maior programa de transição energética do Brasil. Por outro lado, enquanto esse processo não se consolida, é possível mitigar o aquecimento global com medidas como economizar energia, utilizar transporte público ou bicicleta e produzir menos lixo.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 25/04/2023 - 19:20