Editorial: abandono das MGs pode descarrilhar o "trem de Minas Gerais"

É deveras preocupante a situação das estradas (MGs), que cortam o Alto Paraopeba, Campos das Vertentes, Vale do Piranga e têm Lafaiete como destino. São erosões, buracos de mais de metro e asfalto ruim para dar e para vender. Muitas dessas estradas foram praticamente destruídas nas chuvas de dezembro de 2021 e janeiro de 2022 e não tiveram a atenção devida do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DEER-MG).

O resultado dessa equação foram locas e erosões ainda mais profundas, com a chegada do período chuvoso de 2023. Um exemplo claro desse desleixo pode ser notado na MG-129 – Estrada Real – na subida da localidade de Carreiras, sentido Lafaiete a Ouro Branco. O buraco está prestes a engolir toda a rodovia e já interditou meia pista, impedindo, por exemplo, a circulação dos ônibus de trabalhadores da Gerdau Açominas, caminhões e veículos mais pesados.

Esses problemas das MGs impactam diretamente no ir e vir das pessoas e, principalmente, na economia das cidades e também das empresas. Os ônibus da Gerdau, que viajavam cerca de 20km de Lafaiete a Ouro Branco e vice-versa, agora têm que dar uma volta de mais de 35 km, para chegar na usina. Precisam passar pela temível, perigosa e superlotada BR-040, pegar a esburacada MG-030 e seguir até a Gerdau. Ou seja, são prejuízos que não acabam mais.

É preciso, portanto, que o governador Romeu Zema, que gaba-se de ter colocado "Minas nos trilhos", passe a olhar, de fato e de direito, para as rodovias estaduais, antes que Minas saia dos trilhos novamente. Os problemas e dramas citados acima não são privilégio do Alto Paraopeba e sim de quase todo o estado. Para equacionar contas e regularizar o pagamento dos servidores estaduais, Zema ignorou e abandonou as estradas estaduais, que estão num estado lastimável e, em muitos casos, irrecuperáveis.

Urge que o estado e a equipe do DEER iniciem, rapidamente, as operações tapa-buracos e a recuperação de nossas rodovias, que são vitais para o desenvolvimento e também para a melhoria da qualidade de vida da população de nossa região.