O 232º aniversário de emancipação política de Conselheiro Lafaiete será marcado por uma programação cultural. No dia 16 de setembro, a Casa da Cultura Gabriella Mendonça foi devolvida à população totalmente restaurada. E o primeiro evento já aconteceu nessa mesma data: o histórico Solar dos Mendonça recebeu a apresentação da Orquestra dos Violeiros de Queluz. No dia 17, também na nova Casa de Cultura, aconteceu a sessão solene da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette.
No domingo, 18, o palco das comemorações foi a praça Tiradentes, que recebeu o 38º Festival de Bandas, reunindo músicos das tradicionais bandas da cidade e da região. Os festejos serão encerrados na segunda-feira, dia 19 – data oficial da emancipação – com uma sessão solene na Câmara Municipal. Na oportunidade, a Casa concederá títulos de Cidadania Honorária, Honra ao Mérito e Mérito Legislativo.
Ao contrário o que se observa em outras cidades da região e do país, de forma mais geral, a data não é mais considerada um feriado municipal. De acordo com o secretário de Cultura, Geraldo Lafaiete, essa realidade foi alterada em 1995, ano em que entrou em vigor a Lei Federal 9093. “O texto limita a quantidade de feriados municipais decretados pelo próprio município, assim como os feriados religiosos nacionais. Desde então, 19 de setembro deixou de ser feriado”, detalha.
Até então, o município já tinha como feriado religioso o dia 08 de dezembro (Dia da Padroeira) e poderia, ainda por lei, decretar mais um. Com a elevação do Santuário do Sagrado Coração de Jesus à Basílica em 2003, o dia da Entronização dos Corações de Jesus e Maria também foi definido como feriado religioso da cidade, a contar de 2004. “Não foi a troca de um pelo outro. Segundo a lei, 19 de setembro poderá, em algum momento, ser feriado, caso seja início ou término de um ano que feche um centenário”, acrescenta.
O que celebramos
O dia 19 de setembro representa o dia do nascimento político da nossa cidade. Conforme situa Geraldo Lafaiete, não foi neste dia que surgiu o povoado que deu origem à atual Conselheiro Lafaiete: “As notícias de pessoas morando por estas paragens remonta o ano de 1691, sem data fixa. Mas foi no dia 19 de setembro de 1790 que aquele pequeno arraial, outrora chamado Campo Alegre dos Carijós, foi elevado à Villa Real de Queluz. Por isso, celebramos nesta data o aniversário da emancipação política na nossa cidade”.
O termo cidade, aliás, veio bem depois, criando até uma polêmica em torno da idade da nossa terra. A questão só foi definida após um trabalho do historiador Antônio Perdigão e de Dona Avelina Noronha: “Definiu-se que a data 19 de setembro determinava o nascimento da Cidade Real de Queluz que, mais tarde, tornou-se Queluz de Minas e atualmente é a nossa Conselheiro Lafaiete”, explica.
O surgimento do antigo arraial está intimamente ligado aos indígenas, bandeirantes e à rota entre Ouro Preto e o Rio de Janeiro: “Nosso território era um arraial habitado, inicialmente, pelos índios Carijós. Com a chegada dos Bandeirantes e da Corte, muitos escolhiam ou precisavam ficar por aqui, seja por desejavam aqui fixar moradia ou pela necessidade gerada por uma doença contraída durante as caravanas”, afirma. Passagem para as minas de ouro e também para Villa Rica, o arraial foi crescendo. E para os seus habitantes - principalmente os mais abastados, os trâmites burocráticos foram ficando mais difíceis.
Isso porque o arraial pertencia à comarca de São José do Rio das Mortes, atual Tiradentes, e em caso de pendências, como qualquer operação de compra e venda, era preciso recorrer a essa comarca ou à Mariana. “Com influência do Visconde de Barbacena, decidiu-se, então, pedir à coroa a criação de mais uma Câmara de Villa e o arraial do Campo Alegre era mais central, o que facilitou a vida dos fazendeiros de Santana do Morro do Chapéu, Santo Antônio de Itaverava e Congonhas do Campo. Esse foi o caminho para que nosso antigo arraial se tornasse Villa, em 19 de setembro de 1790”, explica.
Valorize sua cidade
Na visão de Geraldo Lafaiete, o aniversário de emancipação política da nossa cidade poderia – e deveria – ser mais comemorado: “Não com shows ou grandes festas. Eu me lembro com saudade do Baile das Bandeiras promovido no clube Santa Cecília pelo saudoso Antônio Perdigão. O evento reunia as agremiações e entidades em numa só festa. Eu gostaria de ver o lafaietense se orgulhando da cidade que é dele, ou que escolheu para viver. Que as escolas, as faculdades, as empresas, valorizassem mais a cidade; celebrassem mais a terra que nos sustenta. Mas se, às vezes, nos esquecemos do nosso aniversário ou daqueles que amamos, facilmente podemos esquecer também do dia em que a cidade onde vivemos passou a existir. Importa dizer que ainda é tempo de desejar que Conselheiro Lafaiete seja uma FELIZ CIDADE, porque quando a cidade é feliz, os que nela habitam desfrutam desta felicidade juntos”, finaliza.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 19/09/2022 - 10:44