Conselheiro Lafaiete irá comemorar 232 anos de emancipação política e o presente para a cidade não poderia ser mais especial. Após 12 anos de portas fechadas, a Casa de Cultura Gabriella Mendonça será devolvida à comunidade. Desta vez, completamente restaurada, em um trabalho que durou 18 meses e exigiu o investimento de R$2,5 milhões em obras.
A casa, que já foi o lar de famílias importantes na nossa história e abrigou diferentes instituições e ações culturais, ainda não tem uma nova utilidade definida, mas a tendência é que se mantenha o desejo de sua antiga dona: ser uma referência em Educação e Cultura.
De acordo com o secretário de Cultura, Geraldo Lafayette, a reabertura oficial será realizada na sexta-feira, 16 de setembro, e marca uma importante conquista para o patrimônio histórico e cultural da cidade: “Em 2010, o imóvel precisou ser esvaziado, porque suas condições físicas já não ofereciam segurança. E assim ele permaneceu até 2017, quando o prefeito Mário Marcus iniciou um trabalho de recuperação dos bens tombados como Patrimônio Histórico - e a Casa da Cultura estava entre eles”.
O restauro foi viabilizado por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmado entre a Copasa, o Ministério Público e a prefeitura de Lafaiete: “ Tornou-se objetivo desta gestão mudar o cenário histórico da cidade e, com participação muito comprometida do promotor Glauco Peregrino, foi possível concretizar o sonho de ver a Casa da Dona Gabriella restaurada. Todo esse processo tomou tempo e agora chega ao seu final. A empresa Taipa foi quem fez o projeto arquitetônico, custeado pelo Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural do Município e, logo em seguida, em meio a pandemia, a empresa MCR Construções assumiu a execução”, detalha o secretário.
As obras de restauro foram iniciadas no dia 1º de março de 2021. E no dia 16 de setembro - 18 meses após o início, o Casarão será reaberto, totalmente restaurado. Segundo Geraldo Lafayette, foram gastos na obra aproximadamente R$2,5 milhões. Desta soma, a maior parte veio do TAC assinado com a Copasa e o restante (cerca de R$400 mil, referentes aos aditivos necessários à obra) foram pagos com o Fundo do Patrimônio Histórico de Conselheiro Lafaiete, com recurso obtido via ICMS Cultural, que é gerido pelo Conselho.
O Solar dos Mendonça
Conforme detalha Geraldo Lafayette, o Solar dos Mendonça, hoje conhecido como Casa da Cultura Gabriella Mendonça, foi erguido no fim do século XVIII, às margens da Estrada Real, e representa a legítima arquitetura colonial. Ornado com sacadas de ferro trabalhado, de fino louvor artístico, o solar é um exemplar quase que único, entre os poucos em nossa cidade que resistiram à passagem dos tempos.
Pelos séculos, diversas famílias habitaram o imóvel, mas consta que a última foi a família Mendonça. Seu patriarca, o coronel José Augusto Moreira Mendonça, foi casado com Christina Nogueira Mendonça. Juntos, eles tiveram uma filha, Gabriela Mendonça: uma professora de reconhecida competência, que dedicou toda a sua vida a lecionar, ao ponto de transformar a própria casa em uma escola. Pelo que contam, ao final de sua vida, Gabriella manifestou o desejo de que o casarão nunca deixasse de ser uma referência à educação e à Cultura.
Dessa forma, na década de 80, após o falecimento da "tia Biela", como era carinhosamente conhecida, o imóvel foi desapropriado, tombado como patrimônio histórico e recebeu como destinação o título de Casa da Cultura Gabriella Mendonça. Pelo correr dos anos, a Casa foi utilizada para sediar as ações culturais da cidade, passando pelo zelo da conhecida Lurdinha Barbosa e pelo Acadêmico Wilson Baeta de Assis. Em 2005, com a criação da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, a Casa da Cultura passou a ser, também, a sede da Secretaria.
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Postado por Nathália Coelho, no dia 15/09/2022 - 07:40
