Foto: Reprodução/G1
Desde julho, encher o tanque de gasolina se tornou uma tarefa menos dispendiosa. Um projeto de lei aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) classificou os itens diesel, gasolina, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo como essenciais e indispensáveis - o que impede que os estados cobrem taxa superior à alíquota geral de ICMS, que varia de 17% a 18%. Ainda que a contragosto – uma vez que a medida causaria um prejuízo anual de R$12 milhões – o governador Romeu Zema (Novo) assinou o decreto, e pelo menos até dezembro os motoristas devem sentir um sufoco menor. Mas a questão é: se o gás de cozinha (GLP) é extraído do mesmo processo em que se beneficia a gasolina, o preço desse item, que também é essencial no dia a dia, parece que não caiu?
Na prática, o preço não caiu mesmo. Pelo menos não de forma significativa. Uma pesquisa realizada pelo Jornal CORREIO mostra que em fevereiro de 2021, o lafaietense pagava, em média, R$88 pela recarga de um botijão comum, de 13kg, com entrega em domicílio. Em maio deste ano, o valor médio subiu para R$113,6 (+R$25,6 ou 29%) e agora, em 24 de agosto, está na casa dos R$111,46 (-R$2,14 ou -1,8%). Quem preferia buscar na revenda pagava R$80 em 02/21, depois passou a pagar R$106 em 05/22 e, agora, desembolsa R$103,25. Isso significa dizer que quem recebe um salário mínimo por mês (R$1.212) gasta cerca de 9% desse valor apenas com o gás de cozinha.
Por isso, a dica continua sendo aquela que já conhecemos bem: pesquisar. Conforme os dados da pesquisa lançados na tabela acima, o preço mais baixo para a entrega é o praticado pela Nacional Gás, do bairro Angélica: R$100 para pagamento em dinheiro. O preço, inclusive, é R$10 mais baixo que o apurado em maio. Já no Gás Braga, o botijão de 13kg custa R$120. É da Nacional Gás o preço mais baixo para retirada (R$95). O preço mais alto para a retirada também é Gás Braga: R$110. Vale lembrar que a pesquisa se atém ao preço do produto e não difere as marcas comercializadas, assim como nas demais pesquisas realizadas nacionalmente pelo segmento.
E o preço do gás vai baixar?
O que fez com que o preço dos combustíveis caísse de forma mais significativa foi a redução da alíquota. Antes, o ICMS da gasolina era de 31%, o da energia elétrica, de 30%, e o de comunicações, de 27%. Agora, o teto passou a ser de 18% no estado. Mas o gás liquefeito de petróleo (GLP) não entrou nesse pacote. Isso porque o estado já cobrava uma taxa de 15% de ICMS sobre o diesel e 18% sobre o GLP. A ideia de zerar o imposto sobre esses dois produtos até foi levantada pelo governo federal – e muito mal recebida pelos estados, que é quem, de fato, ia sentir a mudança nos cofres. Chegou-se a cogitar o ressarcimento dessas perdas, mas, até o momento, não há nada de concreto e a lei máxima continua sendo economizar.
A Petrobras adotou o sistema de preços em paridade de importação (PPI) para o gás de cozinha em 2019. Desde então, o preço médio do botijão de 13 kg saltou de R$ 68,85 para R$ 113,11, ou seja, R$ 45 a mais, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). No Brasil, 98% das famílias cozinham com o GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), percentual que vem reduzindo conforme o preço do insumo começa a pesar no orçamento de casa. Em 2019, ele custava 6,8% do salário mínimo, hoje 'come' 9,3% do piso salarial.
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Postado por Mariana Carvalho, no dia 04/09/2022 - 20:49