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Comunidade


Orquestra Queluz de Minas preserva a história das violas em Lafaiete

Lançamento oficial da banda ocorreu no Teatro Municipal e arrecadou 245 kg de alimentos não perecíveis para doação que serão destinados a instituições de caridade da cidade




 

O som da viola consegue nos transportar diretamente para uma vida simples e feliz. E quem esteve no Teatro Municipal de Lafaiete, no dia 31 de julho, pôde vivenciar esse momento, com boas músicas e testemunhar ainda o lançamento da Orquestra de Viola Queluz de Minas. Composto por 13 integrantes, o grupo busca divulgar, cada vez mais, um importante patrimônio cultural de nossa cidade: as Violas de Queluz.

A orquestra surgiu da idealização de dois violeiros, conforme conta Valter Braga de Souza, conhecido como Valtinho Salgado: “Eu e meu amigo Davi Tavares, que é luthier [que fabrica instrumentos de corda], estamos há anos tentando montar uma orquestra e, em abril, conseguimos reunir com pessoas que agregaram a ideia. Desde então, estamos ensaiando e, por estarmos prontos, fizemos esse lançamento com a apresentação oficial da Orquestra de Viola Queluz de Minas. Uma novidade na nossa cidade, mas que é comum, por exemplo em São Pulo, onde há mais de 200 orquestras de violas”, pontua.

Com o teatro cheio, a primeira apresentação superou as expectativas, conforme explica o integrante da orquestra Márcio Dornelas: “O público aplaudiu e interagiu com os violeiros todo tempo. Nosso objetivo foi alcançado: divulgar para as novas gerações este importante patrimônio cultural de nossa cidade que são as Violas de Queluz. Com a entrada solidária, foram arrecadados 245 kg de alimentos que serão repassados a entidades assistenciais. Agradecemos a todos que contribuíram para este primeiro passo do nosso projeto”.

Fazem parte da orquestra os violeiros Adão Eloi, Carlos Roberto, Cláudio José, Davi Tavares, Edilon Nascimento, Germano Mapa, Isabel Vieira, Márcio Dornelas, Maria Nascimento, Raimundo Boaventura, Tarcísio José, Valtinho Salgado e Wilson Ribeiro.

O que as violas representam para Lafaiete

Com raízes na fabricação de instrumentos musicais de corda, Valtinho Salgado conta como Lafaiete acabou se tornando a Cidade das Violas: “Minha família era fabricante das famosas violas de Queluz. O meu avô, José de Souza Salgado, foi o mais afamado produtor. Além dele, meu pai João Salgado e meu tio Eduardo Salgado também fabricavam o instrumento. Em 2006, esteve em Lafaiete um inusitado caçador de violas chamado Cláudio Alexandrino, residente em Betim. Ele veio conhecer as famílias Salgado e Meireles, que eram as fabricantes, e trouxe para nós uma belíssima história”.

A partir daí, os Meireles e Salgado começaram a resgatar todo o material herdado: “Tudo o que as famílias tinham estava guardado em sótãos e baús e quando todo aquele material foi retirado, vimos o grande valor que tinha cada peça. Desde então, passamos a divulgar mais história. A administração mu­ni­cipal percebeu o quanto era grandioso todo o material resgatado para o município e também começou a investir na divulgação. Assim, proclamou 29 de março como o Dia das Violas e foram criadas mais leis a esse respeito, até a Viola de Queluz ser instituída como patrimônio imaterial do município e Lafaiete ser considerada a cidade das Violas. Isso engradeceu ainda mais nossa história”, afirma Valtinho salgado.

 

 

 

 

 

 




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Postado por Nathália Coelho, no dia 10/08/2022 - 18:04


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