Piraíba de 38 kg fisgada por ele mesmo no rio Negro, em 2015
José Silvestre Vieira Pescador e membro da Turma dos Ô Quêêê
O jovem Rafael Grassano, integrante do grupo de pesca denominado “Turma dos Ô Quêêê” desde 2009, tem obstinação pelos bons resultados nas pescarias que participa, uma de suas mais fortes características. Essa obstinação tem trazido resultados excelentes, tanto que já conquistou troféus significativos ao longo desses anos de aventuras. Maior peixe de couro no Rio Negro, maior quantidade de peixes no Guaporé, maior peixe de escamas no Trombetas e, na pescaria deste ano, ele abocanhou nada menos que três troféus, sendo o de maior tucunaré, maior peixe de escamas e maior peixe de couro. Grassano, nosso entrevistado, nesta edição, é empresário, casado com a advogada Gabriela Siqueira e pai do garoto João.
Jornal Correio: De onde vem essa veia de pescador que você demonstra em todas as pescarias?
Grassano: Às vezes paro e fico me fazendo essa mesma pergunta, porque meus pais e irmãos não são adeptos da pescaria, então essa veia nasceu e cresceu naturalmente. Lembro de quase todas minhas experiências de pesca de quando eu era criança e até mesmo de acordar domingo de manhã para assistir aos programas de pesca que só eram exibidos nesse horário.
Jornal Correio: Há quanto tempo você participa da Turma dos Ô Quêêê?
Grassano: Participo desde 2009, então este ano fez 12 anos que tenho o privilégio de participar desse grupo.
Jornal Correio: A sua primeira pescaria foi onde? O que você pode nos destacar dessa primeira experiência?
Grassano: Minha primeira pescaria foi no Rio Suiá Miçu (MT), estava com 26 anos e realizando um sonho de ir pescar em um local onde havia bastante variedades de peixes e de tamanhos consideráveis. Antes mesmo de começar essa aventura eu já sabia que aquela ali seria minha melhor pescaria até o momento. Nessa pescaria, meu parceiro de pesca durante três dias foi o Dr. Luiz Flávio Vilela Jr e os outros dois dias foi o grande Alexandre Josie, onde por diversas vezes fizemos vários “dublês”. Um momento marcante para mim nessa pescaria foi quando quase todos os barcos, se emparelharam em frente à pousada e ficamos ali pela tarde inteira pegando muitos peixes e escutando “pegou pai? “peguei filho” (risadas).
Jornal Correio: Como foi a sua experiência ao fisgar uma piraíba de 38 quilos no Rio Negro em 2015? Conte-nos em detalhes o grande feito.
Grassano: Poxa, essa foi uma grande felicidade. Eu e meu parceiro Raul escolhemos um ponto no encontro do Rio Negro com o Rio Branco. Pedi ao nosso piloteiro pra soltar minha isca no meio do rio, que por sinal é muito largo. Deixei a vara no secretário do barco quando de repente minha vara começou a "beber água" e o barulho do alarme da carretilha tomando linha dava som à emoção. Foi uma briga sensacional, e quando ela mostrou a cara pela primeira vez, eu só rezava para dar tudo certo e colocar ela no colo para tirar uma foto. Esse peixe me deu o meu primeiro troféu (peixe de couro) com a turma.
Jornal Correio: Conte-nos a experiência de pescar de muletas no Aripuanã?
Grassano: Naquela ocasião tinha fraturado o joelho no futebol, tendo que fazer cirurgia a um mês da pescaria. Mas a paixão e a vontade de pescar era tão grande que fui até contra orientação médica e confesso que deixava a muleta de lado para entrar no barco e voltava a usá-la apenas quando retornava para a pousada… e fica uma dica: as águas do rio Aripuanã fazem bem para o joelho (risadas).
Jornal Correio: Como foi a aventura no Rio Trombetas em 2020?
Grassano: Por causa da covid, foi uma decisão meio complicada, mas a vontade e a paixão pela pesca falaram mais alto novamente. Fomos eu e mais sete colegas, com bastante responsabilidade e tomando todos os cuidados de prevenção, e valeu muito a pena. Região de uma paisagem espetacular, cheio de corredeiras no rio e uma preservação impecável. Rio Trombetas é lugar de peixe grande, só que de alto grau de dificuldade para capturá-los.
Jornal Correio: E a pescaria deste ano? Deu muito trabalho conquistar os três troféus?
Grassano: Começo a reposta valorizando meu amigo e companheiro de barco, o Rafael Reis (Pastel). Nós dois encaramos qualquer dificuldade sem medir esforços para acessar pontos onde tinha a possibilidade de encontrar grandes espécies. Este ano, por exemplo, atravessamos os barcos pela mata em um trecho de aproximadamente 250 metros, só de lembrar eu já fico exausto (risadas). Assim, nesses desbravamentos, consegui dois troféus. O primeiro foi um Tucunaré de 69 cm que explodiu numa isca artificial hélice e o segundo, um dos meus sonhos, um Pirarucu de mais de metro também numa isca de superfície. No final desta mesma tarde fui ainda agraciado por um belo exemplar de pirarara que me garantiu outro troféu de maior peixe de couro, prêmio esse que foi dividido com nosso amigo Anezio.
Jornal Correio: Para encerrar, abrimos espaço para suas considerações finais.
Grassano: Aproveito o espaço para agradecer aos “chefes“ da turma dos “Ô Quêêê”, o Dr. Luiz Flávio Vilela, que era o “chefe” quando comecei a participar do grupo, e também em especial ao meu amigo e eterno “chefe”, Silvestre. Vocês dois sempre se dedicaram, faziam e fazem acontecer com maestria impecável para esses sonhos se realizarem. Muito obrigado também ao Carlos Tavares, que com muita competência administra há muito tempo a nossa tesouraria. E que nossa turma possa perpetuar com novas gerações e que venham muitos mais 25 anos de turma.
Rafael Grassano com seu filho e os troféus conquistados no rio Acari, em 2021
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Postado por Mariana Carvalho, no dia 06/11/2021 - 12:00