Pouco mais de 30 dias após a sua instalação, a CPI da Covid apresentou seu 1º relatório parcial e já trouxe indícios de irregularidades. No documento emitido ontem (17 de junho) e assinado pelo relator vereador Washington Fernando Bandeira, chamam atenção as denúncias de falta de equipamentos essenciais para os pacientes intubados, falta de medicação e, ainda, de operação com um número de leitos menor que o pactuado, entre outras coisas. Todas as análises se limitam ao Hospital de Campanha e Policlínica.
A maior parte da análise se detém à falta de bombas de infusão em quantidade satisfatória para assegurar que os pacientes em tratamento nos leitos de UTI, na sala vermelha e nos leitos clínicos recebam os remédios com maior intensidade e dosagens específicas. A afirmação é corroborada pelo trecho do depoimento de uma servidora ouvida na CPI e disponibilizado no relatório, segundo o qual “o Hospital de Campanha possui 26 bombas de infusão, mas que o ideal era ter 52 bombas; que a falta de bombas em quantidade ideal pode concorrer para a morte do paciente devido à importância da quantidade correta de medicação durante o tratamento; que solicitaram a compra de mais bombas de infusão;”.
O relatório avalia, ainda, que o problema poderia ter sido resolvido caso o município fizesse valer o que consta nos contratos: a partir da compra de quantidades específicas de equipos, as empresas cedem o equipamento em regime de comodato. A CPI questionou, ainda, a gestão desses contratos e escolhas que teriam feito o município pagar mais por uma quantidade inferior de produtos e serviços.
E não para por aí: servidores ouvidos teriam afirmado, em depoimento, que o hospital de campanha chegou a operar com 37/38 leitos, no início dos trabalhos, mesmo recebendo repasses em valor equivalente a 40 leitos. E que a falta de medicamentos para intubação teria levado médicos a mudarem a prescrição e até solicitar à família de um paciente internado a compra de um desses medicamentos, alegando que o processo de aquisição seria muito burocrático.
O relatório ainda apontou sugestões e destacou que as apurações continuam. “Existem indícios de irregularidades em outros setores, como, por exemplo, no que se refere aos respiradores, vacinação, folha de pagamento, compra de equipamentos, na publicação de decretos”, frisa. O Jornal CORREIO continuará apurando os fatos.
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Postado por Mariana Carvalho, no dia 18/06/2021 - 19:33