Foto: Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Lafaiete, Valdiney Roatt Delmaschio Alves
Os servidores da educação municipal não voltarão ao trabalho até que as duas doses da vacina contra a Covid-19 cheguem a todos do setor – dos auxiliares de serviços gerais aos diretores. A afirmação foi feita pelo presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Lafaiete, Valdiney Roatt Delmaschio Alves, após a publicação do decreto nº 92, que “Dispõe sobre o protocolo sanitário de retorno às atividades escolares presenciais no contexto da pandemia da covid-19, no âmbito do município de Conselheiro Lafaiete e dá outras providências”, no último dia 6.
Segundo afirma, a posição já era conhecida pela PMCL, e volta a ser reafirmada agora, diante de uma movimentação do município para que as aulas presenciais sejam retomadas. “A administração pública ainda não se pronunciou em relação a volta às aulas – isso temos que deixar claro. Mas quando se lança um protocolo desses, quando se baixa um decreto desses, é porque já estão pensando em algo neste sentido. Senão, não haveria necessidade de se baixar esse decreto agora”, avalia.
Quem também já teria se movido nesse sentido – e ouvido a negativa do sindicato – seria a Secretaria de Educação: “Há duas semanas, o Albano [secretário de Educação] pediu uma reunião com o sindicato para saber qual era o nosso posicionamento e nós fomos claros com relação a isso: naquilo que nos cabia e nos cabe, legalmente falando, só concordaríamos com retorno as aulas se todos os profissionais - não só os professores, mas desde a auxiliar de serviços educacionais até a direção - fossem devidamente vacinados com as duas doses”.
O motivo para anunciar uma greve sanitária caso seja definido o retorno das atividades presenciais está no perfil dos funcionários do setor. “Hoje, na educação municipal, temos cerca de 520 servidores – e praticamente 90% deles são quadro de risco; a média de idade é muito alta. Há quanto tempo não se tem um concurso público dentro do município de Lafaiete? Fora as pessoas que têm problemas de saúde”, pondera o líder da categoria.
Sem diálogo
Outra queixa apresentada por Valdiney Roatt Delmaschio Alves diz respeito a dificuldade de diálogo com a administração pública: “Sempre buscamos o diálogo com essa administração, mas ela não tem nos chamado para discutir assuntos relacionados ao servidor. Eu tive que ir atrás da secretária de Saúde e do secretário de Administração Pública para cobrar a vacina dos guardas, porque eles são linha de frente e houve casos de covid dentro da Guarda Municipal, se não me engano, 2 ou 3. Agora, todos eles foram vacinados. Nós temos que preservar a vida dos servidores - não só da Educação. Já são pessoas que recebem mal dentro do nosso município”, destaca.
Para o representante da categoria, a recusa em retomar as atividades também é uma forma de resguardar a comunidade: “O sindicato só tem legitimidade jurídica para defender a categoria. Quem tem legitimidade para defender os interesses da comunidade são os vereadores. Mas assim seguramos a volta às aulas. Acho que existe até um grupo que pede o retorno das aulas. Eu entendo; sei que esses pais passam aperto quando têm que trabalhar, mas acho que eles precisam reavaliar. Mais vale o filho vivo dentro de casa, sem correr risco nenhum, do que na escola, correndo risco de pegar o vírus e de transmitir para alguém”, avalia.
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Postado por Mariana Carvalho, no dia 21/05/2021 - 16:34