Com aglomerações em locais públicos, festas em sítios e propriedades privadas, descuido com o uso da máscara e desinfecção das mãos, Lafaiete caminha a passos largos para uma regressão no programa Minas Consciente e possível novo fechamento de atividades comerciais – isso, a menos de 30 dias do Natal e festas de fim de ano. O risco de regressão foi confirmado pelo secretário de Desenvolvimento Rafael Lana, mas também pode ser visto nos números da pandemia. Nos últimos 15 dias, foram confirmados 341 novos casos da doença – 22,7 por dia. 2 pessoas morreram nesse período.
Caso uma nova regressão se confirme e Lafaiete volte, oficialmente, para a onda amarela, as primeiras atividades a serem impactadas devem ser os clubes e academias – que têm abertura vedada pelo Minas Consciente nessa fase. A regressão também poderia gerar um impacto intenso na economia da cidade: o Natal é considerado a melhor data para vendas no ano e um novo fechamento a poucos dias das festas, após empresas terem adquirido novos produtos para comercialização, não seria bem absorvido por caixas já combalidos por 120 dias de portas fechadas.
Mas as mortes, as contaminações e os prejuízos na geração de renda e manutenção dos empregos parecem não impactar mais na consciência do lafaietense. Vídeos circulam em redes sociais e aplicativos de mensagens revelam festas e eventos lotados, onde o uso de máscara sequer é cogitado. No Centro, aglomerações continuam frequentes. É como se pensassem que o vírus só se espalha em horário comercial e todo o cuidado tomado durante a semana imunizasse a população – especialmente os jovens. De acordo com o boletim divulgado na quinta-feira, dia 26, havia 20 pessoas internadas com diagnóstico confirmado de covid-19 e a taxa de ocupação no UTI estava em 30%.
Fiscalizações continuam
Exatas 1.050 ações de combate ao desrespeito às medidas de segurança preconizadas pelo Minas Consciente já foram realizadas desde o início da atuação da Força-Tarefa municipal. Segundo dados enviados pela assessoria de Comunicação da PMCL, 271 denúncias foram atendidas e 879 ações educativas de orientação foram realizadas. Nesse meio tempo, pelo menos sete estabelecimentos sofreram interdição total. Entre os principais problemas encontrados pela equipe de fiscalização, os mais comuns continuam sendo o descumprimento das medidas de distanciamento social (aglomerações) e falta de uso de máscaras por parte da população. Só no último fim de semana (dias 21 e 22 de novembro), foram 30 ações de fiscalização, que resultaram em seis interdições parciais (sinucas e máquinas de música), uma interdição cautelar total e um processo administrativo sanitário instaurado.
E essas ações têm punição. Conforme art. 74, Lei Municipal nº 083/15, ‘Transgredir outras normas legais e regulamentares destinadas à proteção da saúde’ é uma infração punida com advertência, pena educativa, apreensão, interdição parcial ou total do estabelecimento, proibição de propaganda, suspensão de propaganda e/ou publicidade e/ou multa. Quando ocorre a interdição total, é instaurado um Processo Administrativo Sanitário. As multas são classificadas de acordo com art. 33 da Lei Municipal 083/15 e a solicitação de reabertura é inserida na tramitação do Processo Administrativo Sanitário.
Congonhas e Ouro Branco
Em Congonhas, os casos subiram de 1.505 no dia 11 de novembro para 1.677. Esses 160 novos casos representam um aumento de 10% em 10 dias. E em um mês, 317 novas contaminações foram confirmadas. O número de recuperados chega a 1.525. 381 pacientes ainda são acompanhados pela Secretaria de Saúde da cidade. Metade dos leitos de CTI e 30% dos clínicos estão ocupados. A cidade já perdeu 17 vidas para a doença – oito homens e nove mulheres – um paciente tinha entre 40 e 49 anos, cinco entre 50 e 59 e onze eram idosos.
Já na cidade de Ouro Branco fechou o dia 26 de novembro com 666 confirmações e cinco mortes – a última delas há 3 meses e meio. 77 pacientes estão sob monitoramento domiciliar e quatro permanecem internados. Os homens são a maioria entre os infectados (392) e a faixa etária mais atingida é a de 30 a 39 anos (231 pessoas). 580 pacientes já são considerados como recuperados da doença. A taxa de novos casos subiu 22% em 15 dias e 20% no último mês.
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Postado por Redação, no dia 02/12/2020 - 11:00